Mercado emergente, o Brasil está no foco da estratégia da Nissan. Com o slogan Innovation and excitement (inovação e emoção), a montadora japonesa quer trazer para o país uma imagem mais premium – em 2014, também começam a chegar os veículos de sua divisão de luxo, a Infiniti. Mas já em outubro o desembarque do novo Sentra antecipa essa estratégia. Nos últimos anos, a Nissan ficou marcada no Brasil por modelos de entrada, como o March e o Versa, que começarão a ser produzidos no próximo ano na nova fábrica em Resende, Rio de Janeiro.
Continua depois da publicidade
A missão do Sentra, fabricado em Aguascalientes, no México, é de desafiar concorrentes peso-pesados como o Toyota Corolla, o Honda Civic e o Chevrolet Cruze. Na sétima geração, o veículo tem uma previsão de volume de vendas de 1,5 mil a 1,8 mil unidades por mês – a versão anterior variava entre 800 e mil.
O Sentra é chave para a expansão da marca no país, segundo o diretor de marketing de produto, Carlos Murilo Moreno. A meta é chegar a 6% de participação no mercado brasileiro até 2016 – hoje, responde por apenas 2%.
– O Brasil é o mercado que mais tem potencial de crescimento para a nossa marca – avalia.
Para Moreno, nunca antes a Nissan internacional olhou tanto para o mercado brasileiro.
Continua depois da publicidade
A tática está na adequação dos modelos ao desejo dos motoristas nacionais:
– O brasileiro quer comprar carro barato, mas que tenha características de top de linha.
O novo Sentra pesa 70 quilos menos do que a versão anterior. O visual está mais moderno e o carro, bastante silencioso. A sétima geração do sedã oferece mais conforto a bordo. Há espaço para cinco pessoas com folga, por causa do aumento de 5,8 centímetros na distância entre-eixos (para 2,7 metros).
Durante o evento em El Toro, na Califórnia, foi informado o preço do modelo top: R$ 71,99 mil.
A Nissan atualizou o motor 2.0, prometendo respostas mais rápidas. Desenvolvendo 140 cavalos, o propulsor de alumínio recebeu alterações no cabeçote e nos pistões. O sistema de ignição passa a contar com partida (sem chave) a frio Flex Start, que elimina o tanquinho de gasolina. O câmbio continua do tipo CVT, com 60% de componentes novos. Vem também a opção manual, de seis marchas.
Desde a versão de entrada, o Sentra conta com faróis e lanternas de LED, conferindo um visual mais arrojado. Por dentro é tudo novo, com conforto e silêncio obtidos graças ao uso de material mais eficiente, que reduz o nível de ruído do motor na cabine.
Rodrigo Lopes viajou a convite da Nissan
Conforto no sol da Califórnia
No calor de 33ºC do verão californiano, a primeira sensação sobre o Sentra vem de dentro para fora. O ar-condicionado dual zone, que permite ajuste individual para cada ocupante dos bancos dianteiros, é um alívio. Além disso, como está maior, o sedã da Nissan oferece mais espaço geral. Mesmo assim, um motorista com mais de 1,80 metro de altura, como é o caso deste repórter, é obrigado a recuar bastante o banco – reduzindo a área para as pernas do passageiro de trás. A coluna C (a última da lateral) baixa provoca algum desconforto.
Continua depois da publicidade
Na linha de apostar em multimídia, o Sentra tem Bluetooth – na versão testada nos EUA, o som era da marca Bose, uma das melhores do mundo. A Nissan não informou qual sistema equipará o veículo no Brasil. O volante tem controles de áudio e piloto automático. O acabamento das portas imita madeira, e os bancos têm revestimento em couro.
O Sobre Rodas testou o Sentra em estradas que serpenteiam cânions do sul da Califórnia. Nas curvas da Santiano Canyon Road, por exemplo, o carro, bem baixo, teve boa aderência. Nas retas, o motor 1.8 de 132 cavalos sofreu em altas velocidades. A montadora fez bem em manter, no Brasil, o 2.0 com 140 cavalos.
Na versão nacional, também há mudanças na suspensão, que prometem deixar o carro mais macio, e em outros itens de série.