Por três anos ele brigou pelo transporte coletivo, fechou a avenida Paulo Fontes, região Central de Florianópolis, e queria ver corredores exclusivos de ônibus na cidade. João Batista Nunes, ex-secretário de transportes da Capital, pode não ter realizado todos os seus sonhos no último cargo, mas agora é ele quem irá dirigir o Continente.

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Em suas mãos estão 11 importantes bairros da região. Do lado de fora da Ilha, ele terá que organizar o trabalho de 140 funcionários, quase o dobro da última secretaria. Nos primeiros dias de trabalho cumpriu um desejo de boa parte dos moradores, encerrando o contrato com a empresa que instalou “os brinquedos da discórdia” no Parque de Coqueiros. Fez uma espécie de ouvidoria dentro da secretaria e deixou claro: estará com os ouvidos bem abertos para as comunidades. Confira a entrevista com novo secretário.

Diário Catarinense – Como foram seus primeiros dias no Continente e quais são as metas que deseja realizar a curto prazo?

João Batista Nunes – A primeira coisa que fiz foi realizar um seminário interno entre todos os funcionários para ouvi-los. Queria saber deles o que a secretaria precisa mudar, onde vamos mexer e melhorar. Segundo eles, esta foi a primeira vez na história da secretaria que tiveram voz, que suas opiniões foram levadas em conta e será desta maneira que quero trabalhar. Os funcionários dirão quem deve fazer o quê, e quem tem perfil para gerenciar. Este foi um posicionamento que não tive na última secretaria e que deveria ter feito.

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DC – Falando nisso, o senhor se arrepende de alguma coisa que fez, como o fechamento da Paulo Fontes?

João Batista – Disso não me arrependo de nada e faria tudo de novo. Eu sabia que iria enfrentar um comodismo, tem que ter coragem para mudar e eu tive, mas não fui compreendido pela imprensa, não tive apoio do prefeito. Sempre pensei na humanização dos espaços e até hoje não me conformo com a ideia de que 200 mil pessoas precisam esperar para que os carros passem quando elas deveriam ter prioridade.

DC – O que pensa em fazer diferente nesta nova gestão, que não fez na secretaria de transportes?

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João Batista – O que fiz assim que cheguei: ouvir mais a minha equipe, escolher bem as pessoas para gerenciar, saber deles quem tem capacidade e o perfil necessário. Minhas mudanças serão mais internas, porque fora da secretaria o trabalho é o mesmo, ou seja, resolver muitos problemas.

DC – E o senhor já sabe quais são os problemas dos 11 bairros da região e quais as primeiras medidas a serem tomadas?

João Batista – Estamos fazendo uma levantamento deles, temos 100 dias para apresentar um plano de metas ao prefeito e algumas ações já executadas. Neste primeiro momento vamos revitalizar o Continente, limpar, arborizar e cortar a grama de todas as praças e parques da região, vamos montar a operação tapa-buraco, limpar e desentupir todos os bueiros e valas, pintar meios-fios das ruas, entre outras ações.

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DC – E a longo prazo, o que se pretende?

João Batista – Ainda temos muito a analisar, mas estamos prevendo obras de revitalização no Parque de Coqueiros, finalizar as áreas de lazer da Beira-Mar Continental, integrar as comunidades para realização de audiências públicas e fortalecer eventos culturais como o Carnaval, as festas juninas entre outros.