Mal foi empossado, e o novo prefeito de Lages, na Serra Catarinense, já tem um grande problema para resolver. Elizeu Mattos (PMDB) ainda busca explicações, mas sabe que precisará, de qualquer maneira e o quanto antes, economizar nada menos que R$ 2 milhões por mês para cobrir o atual déficit da administração municipal. Além disso, terá que demitir mais de mil funcionários contratados que deveriam ter sido exonerados até o 31 de dezembro.

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Na tarde desta sexta-feira, em seu quarto dia como prefeito de uma das cidades mais importantes do Estado, Elizeu recebeu o Diário Catarinense em seu gabinete e desabafou:

– É uma desordem, uma verdadeira bagunça. Há um descontrole total sobre a coisa pública.

Elizeu reclamou das condições financeiras e estruturais com que recebeu a prefeitura, alegando problemas como falta de combustível para a frota de veículos e até de um telefone para uso dele. Também diz buscar explicações para o déficit mensal de R$ 2 milhões do município que, segundo o prefeito, arrecada R$ 25 milhões e gasta R$ 27 milhões por mês. O orçamento da prefeitura para 2013 será de R$ 412 milhões.

Elizeu determinou aos seus 19 secretários que façam um minucioso levantamento da realidade de cada pasta. No próximo dia 15, reunirá o colegiado para saber em detalhes a real situação do município e, no dia 16, promete apresentar o diagnóstico completo aos 160 mil moradores.

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– Estamos analisando cada caso dos fornecedores, porque toda hora aparece alguém cobrando dívida. Dentro da disponibilidade, vamos pagar as contas.

Outro grande desafio do novo prefeito é iniciar antes de março a construção da Avenida Ponte Grande, num total de seis quilômetros e que vai envolver 13 dos 69 bairros da cidade, com obras de esgoto sanitário, contenção de enchentes e para desafogar o trânsito.

A prefeitura já conta com R$ 57 milhões do governo federal à disposição na Caixa Econômica, mas precisa fazer a primeira medição das obras até março e executar o primeiro pagamento até abril. Caso contrário, perderá todo o dinheiro, uma vez que, segundo o prefeito, nem mesmo a presidente Dilma Rousseff poderá prorrogar os serviços novamente.

– Isso tudo por causa de erros cometidos. O controle administrativo da prefeitura é um desastre, mas não culpo o ex-prefeito (Renato Nunes de Oliveira, do PP), porque talvez alguns membros da equipe dele não tenham feito a transição correta. O que for bom será mantido, mas o que estiver errado será levado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.

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