O novo pico do coronavírus em Blumenau já é maior do que o primeiro e a cidade volta a enfrentar uma situação delicada em relação à pandemia. Nesta quarta-feira (18), conforme dados divulgados pela Secretaria de Saúde, a cidade somou 479 casos em um só dia. É, de longe, a maior quantidade de novos diagnósticos em 24 horas, número que fez com que a média móvel e o índice de pacientes ativos atingissem o maior patamar desde o início da pandemia.
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Na última semana, 310 pessoas descobriram que estavam infectadas com a Covid-19 a cada dia em Blumenau. Antes, o pico havia sido no fim do julho, quando o número beirou os 290. Além disso, os casos ativos triplicaram em 15 dias, passando para 3.364 nesta quarta-feira — até então o pico de pacientes em tratamento havia ocorrido em 29 de julho, com 3.140.
O gráfico abaixo mostra o cenário. A linha azul, que indica o total de casos confirmados de coronavírus em Blumenau, disparou neste mês de novembro. O ideal é de que essa linha fique o mais próxima possível da verde, que indica o total de recuperados. Mas não é isso que se percebe — pelo contrário. O total de pessoas curadas da Covid-19 estagnou desde o dia 13 de novembro, o que resulta em um crescimento da linha cor-de-rosa, que representa os casos ativos.
O salto na média móvel de novos casos também é evidente. O indicador, que elimina inconsistências e mostra um cenário mais real de testagem, é o maior em Blumenau desde julho, quando a cidade atingiu o primeiro pico entre os dias 25 e 29. A aceleração, no gráfico que você vê abaixo, é clara.
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A ocupação de unidades de terapia intensiva também preocupa. Três semanas atrás, por exemplo, eram 11 blumenauenses internados em UTIs, número que saltou para 27 nesta quarta-feira. Isso só levando em conta moradores da cidade que tiveram o diagnóstico positivo — sem contar casos suspeitos. No total, 34 dos 94 leitos que a prefeitura diz que tem estão ocupados, o que representa um percentual de 36%. Há, ainda, 58 pacientes com Covid-19 em enfermaria.
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Blumenau também chegou, segundo a prefeitura, à marca simbólica de 20 mil casos confirmados de Covid-19 — número diferente do Estado por conta da demora por parte do Lacen em confirmar diagnósticos positivos. O percentual de recuperados em relação ao total de casos é de 82,5%, menor desde 20 de agosto. A taxa de letalidade é de 0,85% e nos últimos três dias a cidade registrou cinco mortes, algo que não ocorria desde o início de setembro.
Em entrevista ao Diário Catarinense, a infectologista de Blumenau, Sabrina Sabino, fez duras críticas ao comportamento — principalmente de jovens — em meio a um cenário de aceleração dos casos de coronavírus.
— Hoje o maior número de contaminados é de jovens. É quem está saindo, quem está desrespeitando as regras, quem não tem empatia e noção do que está acontecendo. São jovens que estão nos bares, nas praias, em festas. É assustador, desesperador para nós que estamos trabalhando com isso — critica Sabrina.
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