O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, tomou posse na manhã desta sexta-feira (17), no lugar do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, demitido nesta quarta. O novo responsável pelas ações no combate ao coronavírus fez um discurso sem mencionar propostas efetivas e afirmou que fará uma gestão com foco nas pessoas e defendeu uma maior integração com outras áreas no combate ao novo coronavírus.
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– Uma coisa importante que temos que entender é que a Covid abrange todas as atenções, mas tem outras doenças. Se você tem menos acesso, menos diagnóstico, será que não vai prejudicar o diagnóstico de pessoas com câncer? O que vai acontecer quando a pessoa fica em casa com medo de ir ao pronto-socorro e não chega ao hospital? – questionou.
– Tem que acompanhar também os indicadores sociais. Se tivermos mais desemprego e pessoas que perderem os planos de saúde, isso vai impactar no SUS.
Teich iniciou sua fala apresentando sua formação como médico de família e oncologista para dizer que tem contato próximo com pacientes e que sua formação terá foco "nas pessoas".
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– O foco de tudo o que vamos fazer é nas pessoas. Por mais que fale em saúde, em economia, o final é sempre gente. Trazer uma vida melhor para a sociedade e as pessoas do Brasil – disse. – Não podemos esquecer que as pessoas mais frágeis, mais pobres são aquelas que mais vão sofrer. A atenção para as pessoas tem que ser total.
Teich disse que vai defender a visibilidade de mais informações sobre a doença na tentativa de "administrar o comportamento de uma sociedade que hoje está com muito medo".
Em seguida, disse que trabalhará com planejamento para a construção de uma solução para a pandemia do novo coronavírus, mas admitiu que poderá trabalhar em um cenário de incertezas.
– A gente vai ter que trabalhar esse cenário de muita incerteza, mas hoje vemos medicamentos que estão surgindo com muita possibilidade – disse.
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Citando seu histórico empresarial, ele defendeu a necessidade de "formar times" para que haja condições de trabalho.
– É pegar não só a área do ministério mas as outras áreas, uma lista de problemas de cada área.
Bolsonaro defende abertura de fronteiras e comércio
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu, na cerimônia de posse de Teich, a reabertura de fronteiras e comércios no Brasil e voltou a criticar medidas tomadas por governadores no combate à pandemia do novo coronavírus.
– Essa história de começar a abrir para o comércio é um risco que eu corro. Se agravar, vem para o meu colo – declarou Bolsonaro.
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– O que eu acredito? Muita gente já está tendo consciência que tem que abrir – complementou.
Na mesma declaração, Bolsonaro afirmou que defendeu junto ao ministro Sergio Moro (Justiça) a reabertura de fronteiras terrestres no Brasil, que estão fechadas em razão da emergência sanitária.
– Na minha opinião, começar a abrir as fronteiras. Por que está fechada com o Paraguai? É seca e não temos como fiscalizar. O mesmo com Uruguai.
Bolsonaro investiu novamente contra governadores e disse que jamais mandaria forças de segurança prenderem pessoas que estejam violando regras de quarentena.
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– Essas prisões mais que ilegais, atingem a alma de cada cidadão brasileiro. Não podemos admitir isso. Não vou pregar desobediência civil, mas medidas como essas têm que ser rechaçadas.
Embora não o tenha citado, a referência de Bolsonaro é uma crítica ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), considerado pelo Planalto um possível adversário em 2022.
Doria chegou a afirmar que cidadãos que desrespeitassem regras de quarentena no estado seriam advertidas e orientadas a voltar para caso, mas quem em casos de reincidência poderia haver prisão.
Apesar das críticas, Bolsonaro reconheceu que não pode decidir sobre ações de isolamento social na resposta à crise da Covid-19, uma vez que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que estados têm competência para tomar essas medidas.
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