A separação da região Nordeste em duas na gestão da saúde expôs contrastes entre os municípios do Norte de SC em relação à pandemia. Isso porque a matriz de risco, atualizada pela primeira vez com a presença do Vale do Itapocu, mostrou recuo de Jaraguá do Sul e outras seis cidades do pior para o melhor nível, enquanto Joinville e região permaneceram no nível “grave”.
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A recém-criada região de saúde do Vale do Itapocu é composta por Jaraguá do Sul, Guaramirim, Barra Velha, Schroeder, Massaranduba, Corupá e São João do Itaperiú, em um total de quase 300 mil habitantes. Ela foi desmembrada da região Nordeste a partir de uma demanda apresentada pelos próprios municípios ao Estado.
Com isso, a região de saúde Nordeste permaneceu com Joinville, São Francisco do Sul, Araquari, Itapoá, Garuva e Balneário Barra do Sul. A população somada das seis cidades ultrapassa 700 mil pessoas.
Desde o início da pandemia, todos esses municípios estavam na mesma região da saúde e tinham a classificação na matriz de risco avaliadas em conjunto. Na atualização do dia 18, a última antes do desmembramento, o Nordeste estava no nível gravíssimo, com 3,25 pontos.
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Com a última atualização, no sábado (25), o Nordeste recuou para o nível grave, com 3 pontos. No entanto, a nova região do Vale do Itapocu passou para o melhor nível da matriz (moderado), com 1,88 ponto. Isso indica que a região vinha se mantendo em pior situação no mapa do Estado porque era puxada para cima pelos demais municípios.
A matriz do Estado é composta por quatro indicadores, que formam uma média para definir o nível de risco. O Vale do Itapocu teve queda em três dos quatro tópicos, o que impactou para a mudança de nível de “gravíssimo” para “moderado” após o desmembramento.
O secretário da saúde de Jaraguá do Sul, Alceu Moretti, reconhece que a região do Vale do Itapocu foi favorecida com a separação do restante do Nordeste. No entanto, ele ressalta que também houve momentos durante a pandemia em que a cidade tinha índices piores do que outros municípios.
– Em alguns momentos estávamos melhores do que Joinville e região e, em outros, eles estavam melhores do que nós. Fomos favorecidos e prejudicados, mas vejo que hoje essa distinção na matriz de risco pode nos favorecer. Ao mesmo tempo, qualquer vacilo ou descuido pode nos colocar de novo em uma situação delicada – afirma.
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Desmembramento é reivindicação antiga
O secretário conta que a reivindicação para desmembrar a região de saúde Nordeste é antiga e acontece há pelo menos quatro anos. O Vale do Itapocu já chegou a ter essa independência anteriormente, mas em certo momento foi anexada ao restante da região para a gestão da saúde.
Segundo Moretti, o pedido ao Estado se deu pelo potencial da região e a estrutura consolidada dos municípios na atenção básica, com hospitais e pronto-socorros de qualidade para atender a população.
– A região Nordeste sempre nos atendeu muito bem, mas o problema é que só Joinville tem mais de 600 mil habitantes e se incluirmos os municípios vizinhos fica difícil de gerenciar tudo isso. Por isso, buscamos criar a nova região porque temos potencial de construirmos uma regional aqui – explica.
Moretti explica que os problema da saúde são muito semelhantes entre as regionais, mas com a separação é possível o Vale do Itapocu buscar os serviços, convênios e credenciamentos “mais próximos de casa”.
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