Novo impasse entre Hospital São José, em Criciúma, e governo do Estado ameaça o atendimento

O Hospital São José, de Criciúma, o maior em número de atendimentos pelo SUS de Santa Catarina, volta a sofrer com a falta de repasse de recursos. Segundo a direção da instituição, o governo do Estado não tem repassado o valor mensal de R$ 2 milhões, que ficou acordado quando um novo contrato entre a instituição e o poder público foi feito no ano passado. Ainda de acordo com a instituição, a dívida já passa dos R$ 9 milhões. Essa é a justificativa para o atraso em pagamentos, inclusive o do plantão de sobreaviso dos médicos, desde dezembro.

A direção da instituição ainda diz que até o dia 15 deste mês, a escala de plantão dos profissionais de medicina está garantida, mas depois o que irá acontecer ainda é incerto. Segundo a diretora financeira, Terezinha Buss, está difícil conseguir pagar os mais de mil funcionários, médicos e fornecedores. Ela diz que o Estado prometeu depositar ainda nesta semana R$ 2,5 milhões.

Secretaria diz que primeiro repasse será feito neste mês

A Secretaria de Estado da Saúde não identifica os R$ 9 milhões pendentes em incentivos e produção excedente alegados pelo Hospital São José. A pasta afirma, via assessoria de imprensa, que o prazo aceitável de tramitação para pagamentos aos hospitais é de dois a três meses, pois o processo burocrático impede que o pagamento seja feito com mais antecedência. Por isso, garante que o primeiro pagamento referente a 2016 será feito a partir da segunda quinzena deste mês a todos os hospitais de Santa Catarina que recebem este benefício — um total de 14 unidades. O Hospital São José recebe R$ 1 milhão mensal — o equivalente a 66% do total repassado a todos os hospitais.

Sobre o excedente de produção, a secretaria diz que já foi encaminhado para pagamento um valor em torno de R$ 700 mil referente ao mês de novembro e outro aporte de cerca de R$ 400 mil relacionado ao mês de dezembro. Os valores referentes a 2016 estão sendo auditados.

Impasse antigo

Este impasse entre direção do hospital e governo do Estado começou no ano passado, quando havia um desentendimento sobre o valor devido pelo governo à instituição. Após várias discussões, ambos chegaram a um acordo, a dívida foi quitada e um novo contrato de convênio foi assinado. E a novela é a mesma do ano passado: o hospital diz que o governo deve R$9 milhões e o governo abriu uma auditoria por não reconhecer esse valor.