A confirmação de um novo foco de aftosa colocou em discussão o sistema de fiscalização sanitária do Paraguai. No dia 29 de dezembro passado, a Senacsa havia declarado o fim do estado de emergência sanitária na região do departamento de San Pedro, no centro-oeste do país.

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No entanto, um dia depois a secretaria informou sobre uma nova suspeita de aftosa na propriedade Nazareth, na localidade de Pirí Pucú, no mesmo departamento, a cerca de 15 quilômetros do local anterior. O foco foi confirmado nessa segunda-feira. No estabelecimento, cerca de 150 bovinos apresentaram sintomas semelhantes aos da doença.

Apesar disso, a decisão de retirar o estado de emergência, no final de dezembro, foi considerada correta pelo diretor nacional de Sanidade Animal da Senacsa, Manuel Barboza, em entrevista por telefone ao jornal Zero Hora.

– Não considero que tenha havido uma decisão precipitada, pois os resultados epidemiológicos deram negativo para a presença de animais infectados. No entanto, é claro que a situação é incômoda e desagradável – afirmou.

Segundo Barboza, ainda nesta terça-feira ou, no máximo, amanhã, será emitido novo decreto definindo novamente a região como área de emergência sanitária.

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O diretor também confirmou que as autoridades locais estão verificando as origens do novo foco da doença e reforçou que um dos principais motivos deve ter sido o ingresso irregular de animais na fazenda Nazareth. Conforme Barboza, o proprietário da fazenda poderá ser punido, mas a multa somente será definida após o fim das investigações, cujo prazo não está definido.

– Pela legislação, o proprietário não tem direito a ser indenizado no caso de sacrifício de animais e ainda será multado – garantiu.

De acordo com informações do jornal paraguaio ABC Color, nessa tarde, as autoridades da Senacsa promoveram uma coletiva de imprensa para informar que o proprietário da fazenda não denunciou os casos de aftosa em seu rebanho e que, devido ao novo foco, haverá mudanças no sistema de fiscalização sanitária do país. Anteriormente, as unidades regionais de saúde animal eram coordenadas pelos próprios agricultores. Agora, serão assumidas totalmente pelo serviço pecuário do país.

Além disso, o atual presidente da Secretaria Nacional de Saúde (Senacsa), Daniel Rojas, trocou farpas pela imprensa com seu antecessor, Hugo Corrales, acusando-se mutuamente pelo entrave.

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Veja localização aproximada do foco da doença no Paraguai:

Em linha do tempo, relembre a cronologia do combate à febre aftosa: