O novo tipo de financiamento imobiliário anunciado há duas semanas pela Caixa Econômica Federal, com juros menores e correção pela inflação, trouxe um clima de mais otimismo para o setor habitacional de Florianópolis.

Continua depois da publicidade

O presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis (Secovi-SC) de Florianópolis e Tubarão, Fernando Willrich, afirma que a novidade foi bem vista pelo mercado e deve ajudar a retomar um pouco da confiança do setor.

Ele acredita que outros bancos também possam acompanhar o movimento e oferecer linhas com juros menores e revisão pela inflação. Ainda assim, como a Caixa responde por mais de 70% dos financiamentos habitacionais do país, a nova linha oferecida pelo banco estatal é vista como uma medida importante para o setor.

– A gente acompanha a entrega dos imóveis pelas construtoras e tem visto de um, dois anos para cá um cenário meio ruim, empresas concluindo prédios com 30%, 40% não vendido até a entrega. Isso demonstra a recessão, a falta de confiança no mercado, o preço, que na nossa região não baixa. Essa nova política pode dar um novo fôlego – aponta.

Alternativa bem-vinda – em cenário de inflação controlada

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Florianópolis (Sinduscon), Helio Bairros, também avalia que o novo indexador de correção dos contratos é bem-vindo em um momento de inflação sob controle, mas alerta que a expectativa do mercado é de que a variação de preços continue dessa forma: baixa. E com juros também em patamares razoáveis.

Continua depois da publicidade

– A tendência é de que o mercado tenha uma dinâmica bem melhor do que tem sido esses últimos cinco, seis anos – projeta.

Bairros afirma que a nova modalidade pode ajudar compras em todas as faixas, mas em especial nas destinadas a imóveis de até R$ 550 mil, onde o comprador costuma ter renda mais vinculada a emprego fixo ou atividade econômica própria.

O dirigente alerta que para os novos contratos oferecidos serem interessantes, é preciso que o país tenha inflação baixa, o que pode ser difícil de garantir em vínculos de longo prazo. Ainda assim, na comparação das taxas de juros praticadas, ele avalia que a redução pode ser expressiva.

Se por um lado pode ajudar a aquecer o setor da construção, que hoje emprega diretamente 6,2 mil pessoas em Florianópolis, por outro, o presidente esclarece que a melhora ainda estará distante dos áureos momentos o segmento atravessou antes da crise.

– Esses cinco, seis anos são irrecuperáveis. O mercado se transformou, não vai ser o mesmo de 2012, que foi um dos melhores para o setor. O mercado está mais compacto, o cliente está mais exigente, o crédito está mais escasso, o emprego também é um fator ainda ruim. Enquanto a economia não estiver em um nível melhor, a construção civil vai continuar patinando, enfrentando dificuldade para expandir. Acreditamos que podemos ter uma retomada vigorosa em breve, com medidas do governo federal como mais liberdade para empreender e segurança jurídica – defende o dirigente, que cobra mudanças favoráveis ao setor também em assuntos locais, como o Plano Diretor da Capital.

Continua depois da publicidade

A Caixa Econômica Federal não divulgou números locais de adesão aos novos contratos corrigidos pela inflação, mas a modalidade já vem sendo comercializada no banco desde o dia 26. No site da Caixa é possível fazer simulações entre os dois tipos de financiamentos – os corrigidos pela TR e pelo IPCA.

Leia mais: Entenda como será o financiamento imobiliário da Caixa corrigido pela inflação

Acesse as últimas notícias do NSC Total