No meio da disputa do Mundial de Esportes Aquáticos na Hungria, a Federação Internacional de Natação (Fina) se viu sacudida por mais um escândalo de corrupção, nesta quarta-feira, que envolveria o vice-presidente da entidade, o kuwaitiano Husain Al Musallam.

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Em gravação publicada pelo jornal britânico The Times e no site da revista alemã Der Spiegel, Husain Al Musallam pediu comissão de 10% em futuros contratos de patrocínio para um intermediário.

Segundo a gravação, o dirigente pediu comissões sobre contratos por um montante total de 40 a 50 milhões de dólares, assim como o diretor geral do Conselho Olímpico Asiático (OCA). O registro foi feito em conversa de Al Musallam com um agente chinês especializado em marketing.

A Federação tem sede em Lausana e reagiu garantindo que “corresponde à OCA comentar essas acusações, apesar da Fina continuar acompanhando de perto os fatos”.

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Pelos detalhes que já são conhecidos até o momento, “nenhum regulamento da Fina foi violado”, acrescentou o organismo.

Por outro lado, a OCA “desmente formalmente que responsáveis da OCA tenham solicitado comissões por contratos de patrocínio”.

Em comunicado transmitido à AFP, a OCA acrescentou que “nenhuma comissão ou valor de dinheiro foi paga para responsáveis de OCA, de maneira direta ou indireta”.

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“O dinheiro dos contratos de patrocínio são entregues diretamente à OCA”, precisou o organismo.

– Objetivos políticos –

Para o Conselho Olímpico Asiático, a gravação foi utilizado “no início de uma campanha com objetivos políticos”, a poucos dias das eleições presidenciais da Fina. A votação está prevista para este sábado.

O uruguaio Julio Maglione, de 81 anos, no comando da federação desde 2009 e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) desde 1996, alterou o estatuto para buscar a reeleição.

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Maglione tem apenas um rival na disputa, o italiano Paolo Barelli.

As provas na piscina começam neste domingo, na Duna Arena de Budapeste.

Questionado pelo Times e Der Spiegel, o COI informou que transmitiu o caso para o responsável de Ética e Integridade do Comitê.

Não é a primeira vez que Al Musallam está na mira. O dirigente kuwaitiano foi citado pela justiça americana no último mês de abril, como cúmplice em um suposto pagamento ilegal ao presidente da Federação de Futebol de Guam.

O assunto gerou a demissão do xeque kuwaitiano Ahmad al-Fahad al-Sabah da Fifa, citado também pela justiça americana e de quem Al Musallam é seu braço direito.

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Ainda assim, Ahmad al-Fahad al-Sabah manteve outros cargos, como de presidente da Associação de Comitês Olímpicos Nacionais (ACNO) e da Solidariedade Olímpica.

A gravação obtida pelo The Times e Der Spiegel seria procedente de investigação da FBI aos dirigentes kuwaitianos.

* AFP