Deve sair em duas semanas o novo edital de leilão da massa falida da Sulfabril. O primeiro pregão, que ocorreu nesta terça-feira às 15h, não teve propostas de interessados.

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Aberto ao público, vários ex-funcionários e trabalhadores participaram. O novo leilão já tem data marcada para acontecer: 16 de setembro deste ano, um dia antes do processo de falência completar 15 anos.

Responsável pelo caso desde 2009, a juíza Quitéria Tamanini Vieira Peres, titular da 1ª Vara Cível, disse durante o encontro no Tribunal do Júri do Fórum de Blumenau que a primeira tentativa de venda tinha de ocorrer de forma que não pudesse gerar nenhum tipo de brecha para recursos que pudessem suspender o leilão, por isso, teve condições rígidas para a aquisição dos lotes.

Diferente das propostas de compra da empresa no passado que acabaram frustradas, a magistrada reiterou que desta vez não há motivos para suspender a venda. Há 10 anos a venda foi considerada inviável porque ainda havia necessidade, entre outras questões, do levantamento de bens e dívidas, fase já superada.

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– Não ter recebido propostas desta vez não é motivo para esmorecermos. Agora só temos a avançar. Estamos no momento processual certo para fazer a venda – explicou Quitéria.

O novo edital será revisto mantendo equilíbrio entre a necessidade de venda e o cuidado para que o leilão seja feito da forma segura, garantiu aos trabalhadores a leiloeira Tatiane dos Santos Duarte.

– Queremos valorizar a Sulfabril. A intenção é que ela continue ativa, gerando empregos. De forma alguma queremos liquidar a empresa – falou Tatiane.

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O promotor que acompanha o processo, Ricardo Marcondes de Azevedo explicou que foi preciso manter a rigidez na negociação para o primeiro edital, mas que o próximo tende a ser mais flexível, ouvindo as demandas do mercado. Os quatro lotes da Sulfabril teve 8 mil acessos no site em que estavam disponíveis, e, segundo Tatiane, interessados de empresas do exterior chegaram a fazer consultas.

Pouco mais da metade das cadeiras do auditório do Tribunal estava ocupada – boa parte por trabalhadores que aguardam o pagamento de direitos trabalhistas. Em meio às manifestações que variaram entre otimismo com o rumo do processo à descrença de que o caso tenha solução, Vivian Bertoldi, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial (Sintrafite) apelou que o caso tenha um desfecho o quanto antes:

– É preciso trabalhar o mais rápido possível para resolver essa pendência de tantos anos. Os funcionários (da massa falida) estão sem o depósito do FTGS e não queremos passar pelo que aconteceu no fim do ano passado, quando os pagamentos atrasaram.

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