Mais sinergia entre os órgãos de segurança, reforço das ações “linha de frente” e efetividade dos policiais são alguns dos principais pontos elencados pelo novo comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar em Joinville, tenente-coronel Jofrey Santos da Silva.
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Ele assumiu o posto no lugar do tenente-coronel Nelson Coelho em meio a uma onda de homicídios na cidade motivada por um confronto entre facções criminosas. Além do 8º BPM, houve troca no comando da 5ª Região, que tem a frente agora o coronel Amarildo Alves.
Confira os principais trechos da entrevista com o tenente-coronel Jofrey Santos da Silva dada na tarde desta quarta-feira antes de sua posse, na PM, em Joinville:
O senhor assume num momento difícil, com escalada de homicídios e ainda um crime bárbaro com o adolescente sendo decapitado. Isso aumenta o desafio?
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Na realidade a Polícia Militar em Joinville, através do 8º Batalhão, não vai abraçar esse trabalho sozinha. Somos mais um nos elos que têm o interesse recíproco de garantir a segurança das pessoas. É evidente que os homicídios são extremamente impactantes na vida das pessoas e acabam atingindo a sensação de segurança. Por outro lado, temos um trabalho de polícia ostensiva, preventiva, reativa a ser feito e estaremos atuando.
Quem mais o senhor deseja que abrace essa causa então?
A comunidade como um todo, mas temos também a Polícia Civil que tem papel preponderante na investigação e casos afins, o Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, as autoridades constituídas de maneira geral e a comunidade que podem nos ajudar não só no combate, mas na prevenção.
A Polícia Civil admite que há inquéritos que ainda dependem de investigação. A PM nota muitos criminosos nas ruas como reflexo da falta de investigação?
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Não estamos aí para dizer qual é o motivo pelo qual esses cidadãos que vêm a se reiterar na criminalidade estão nas ruas. Mas estamos atentos ao nosso trabalho, que é retirá-los quantas vezes for necessário.
Mas há um número grande de foragidos nas ruas?
Não só em Joinville, mas em todo o Brasil temos uma grande quantidade de mandados de prisão expedidos que necessitam ser cumpridos, mas também temos indivíduos que retornam ao mundo do crime pelos mais diversos fatores e que necessariamente precisam ser acompanhados.
Fala-se da guerra das facções há muito tempo em Joinville. O senhor não acha que está na hora de ações mais eficazes? Qual a sua opinião?
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Sinergia. Temos que atuar de forma que os órgãos tenham realmente uma troca de informações, que hajam realmente em conjunto e tenhamos consequentemente resultados melhores do que agindo individualmente.
Além da falta de efetivo, quais são as dificuldades da PM em Joinville?
Nós temos dificuldade estrutural como qualquer agência pode ter, seja ela da iniciativa privada ou do poder público. Esbarramos em alguns limites, sejam orçamentários, pessoal, mas vamos trabalhar com o que temos e tentar produzir mais e melhor. Temos tecnologia e estratégias. Vamos tomar algumas adequações para remanejar o efetivo e promover mais segurança na linha de frente. O nosso policial precisa ser reconhecido pelas pessoas na área em que ele trabalha. Por isso ele precisa ser mais visto e estar mais efetivo.