A população catarinense nem se recuperou da devastação causada por um ciclone bomba, há uma semana, e já enfrenta outra preocupação: a chegada de um novo ciclone nesta terça-feira (7). O fenômeno, embora de menor intensidade, deve provocar rajadas de vento de até 70km/h. Apesar disso, o alerta maior é por conta da chuva persistente e do risco de temporais.
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> Puchalski: terça-feira tem chance de chuva forte em parte de SC
Segundo previsão da Epagri/Ciram, o ciclone atingirá as regiões do Oeste, Meio-Oeste e Sul de Santa Catarina no primeiro dia. Os municípios estarão em observação, pela Defesa Civil de SC, devido ao risco de alagamentos, deslizamentos e até mesmo inundações provocadas pelo evento climático.
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Já na quarta-feira (8), o ciclone deve chegar à região litorânea e ao Planalto Sul, com ventos um pouco mais intensos, que podem alcançar de 60 a 80 km/h, o que deve deixar o mar agitado e com possibilidade de ressaca.
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Segundo o meteorologista Leandro Puchalski, é esse deslocamento que poderá causar uma nova linha de instabilidade – nuvens de temporais uma do lado da outra -, resultando na soma de fortes ventos, chuva e raios, mas por um curto período.
Imagem de satélite na manhã desta terça-feira mostra sistema de chuva no Sul do país:
>Tornados podem ter passado por SC junto com ciclone, segundo Puchalski
Coordenador de monitoramento de alerta da Defesa Civil de Santa Catarina, Frederico Rudorff, a possibilidade de ventos fortes não preocupa no momento. A atenção está voltada, durante a passagem do segundo ciclone, às chuvas. A previsão é que os volumes se aproximem dos 100 milímetros.
– A recomendação é que as pessoas que residem em área de risco para alagamentos e deslizamentos estejam atentas à previsão do tempo e aos alertas da Defesa Civil – reforçou.
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O pior desastre com ventos de SC
O ciclone bomba que deixou ao menos 10 pessoas mortas, 1,5 milhão de unidades consumidoras sem luz e causou destruição em todas as regiões de Santa Catarina na última terça-feira (3) foi o pior evento climático com ventos da história do Estado. O desastre superou o Furacão Catarina, em 2004 e o Tornado de Xanxerê, em 2015, segundo nota meteorológica divulgada neste sábado (4), pela Defesa Civil.
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Os estragos foram tão grandes, que o governo de Santa Catarina decretou estado de calamidade pública. A decisão foi anunciada pelo secretário João Batista Júnior, da Defesa Civil, em entrevista na manhã desta quinta-feira (2) ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV.
As ocorrências começaram a ser registradas no início da tarde de terça-feira, no Oeste catarinense, e avançaram para o litoral.
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O ciclone, que é composto por uma área de baixa pressão, começou a se formar no norte da Argentina se deslocou em direção ao leste. A área de baixa pressão que cruzou os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul ganhou forma de ciclone somente ao chegar sobre o oceano, no litoral gaúcho, durante a madrugada desta quarta-feira (30).
Além do ciclone, a frente fria que estava no Estado também gerou temporais. Foi a junção de ambas as condições de tempo que fez com que o estrago fosse maior.
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