Entrou em vigor no início deste ano o novo calendário brasileiro de vacinação para crianças, adultos e adolescentes. Entre as principais mudanças estão alguns números de doses a serem aplicadas e também faixas etárias que devem receber determinadas imunizações. Entretanto, especialistas consideram as alterações pequenas e não devem trazer impactos importantes.
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Anvisa autoriza uso de primeira vacina contra dengue no país
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Anunciadas no final de 2015, as normas são válidas para a rede pública de saúde e têm como objetivo atualizar as imunizações.
– São adequações de acordo com as novas evidências científicas e epidemiológicas que ocorreram no mundo – explica o médico do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) Marco Aurélio Palazzi Safadi.
– O Ministério da Saúde está sempre pesquisando os tipos de doenças que estão afetando a população e qual a melhor forma de preveni-las – acrescenta o pediatra e professor da Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Ricardo Sukiennik.
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Uma das mudanças é a ampliação da oferta da vacina contra a hepatite B para toda a população, independentemente da idade ou de condições de vulnerabilidade – antes disponível somente para crianças, adolescentes e jovens adultos. Essa alteração ocorreu em função de mudanças no perfil da população, que passou a viver mais e a ter vida sexual ativa por mais tempo (a doença é sexualmente trasmissível).
– Foi observado recentemente que a doença é um risco para todos os grupos etários, inclusive os idosos – diz Safadi.
Mais injeções, menos gotinhas
A forma como a imunização contra a poliomielite é aplicada também mudou. Seguindo uma tendência mundial, o Brasil adota as três primeiras doses – aos dois, quatro e seis meses – com a vacina inativada poliomielite (VIP), administrada com injeção. Antes, a terceira dose era oral (chamada de VOP) – o que segue valendo para a quarta e a quinta doses.
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– É uma recomendação da Organização Mundial da Saúde. O impacto negativo é uma injeção a mais, o positivo é que passamos a ter 100% de segurança – observa a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai.
Segundo ela, apesar de os casos serem raros, a vacina por via oral ainda apresenta riscos de efeitos colaterais em decorrência do vírus contido na imunização, o que não ocorre na versão injetável, que traz o vírus morto.
Também sofrem mudanças as vacinas pneumocócica 10 valente e papiloma vírus (HPV), que passam a ser ministradas em duas doses em vez de três. A faixa etária a ser imunizada contra o HPV foi ampliada: agora, meninas de nove a 13 anos recebem a vacina – antes, o limite era 11 anos.
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A imunização contra a hepatite A teve a faixa etária alterada dos 12 para os 15 meses de vida. Além disso, o reforço da meningocócica C passa a ser feito aos 12 meses, podendo ser realizado até os quatro anos.
Apesar das mudanças, os especialistas garantem que a rotina dos pais segue inalterada.
– Na prática, não muda muito. Quem tem bebê pequeno vai procurar os postos de vacinação nos mesmos meses de sempre – comenta Isabella.
Em Porto Alegre, as 144 salas públicas de vacinação já atuam com o novo calendário, segundo a enfermeira do Núcleo de Imunizações da Vigilância em Saúde Raquel Barcella.
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