A Justiça espanhola negou nesta sexta-feira (9) a permissão ao independentista preso Jordi Sánchez de comparecer ao Parlamento catalão para ser nomeado presidente, instalando novamente um bloqueio a esta região, enquanto seu ex-presidente Carles Puigdemont não descarta novas eleições.

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Na próxima segunda-feira os deputados catalães deveriam comparecer para debater a posse de Sánchez, designado por Puigdemont como seu sucessor.

Mas o presidente do Parlamento, diante da impossibilidade de contar com a presença do candidato Sánchez, suspendeu a posse, segundo um tuíte.

Em um texto recebido pela AFP, o juiz Pablo Llarena, que instrui o caso aberto por rebelião, sedição e malversação conta o núcleo separatista catalão, negou a liberdade a Sánchez invocando o “risco concreto de reiteração delitiva”.

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Como ex-presidente da influente associação independentista ANC, Jordi Sánchez, de 53 anos, está em prisão preventiva perto de Madri por suposta sedição ao convocar uma manifestação em setembro.

A intervenção judicial já freou em janeiro a posse de Puigdemont, afastado pelo governo de Madri após a fracassada declaração de independência de 27 de outubro e atualmente na Bélgica.

Se o bloqueio persistir, existe o risco de uma repetição eleitoral.

“Não é uma tragédia que haja novas eleições”, disse Puigdemont em uma entrevista ao jornal nacionalista catalão El Punt Avui.

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“Se vamos para eleições, será pela enorme irresponsabilidade do Estado, porque não aceitou os resultados de 21 de dezembro”, quando os independentistas obtiveram a maioria absoluta na Câmara catalã, assegurou Puigdemont.

“Como não gostaram do resultado, não querem que o Parlamento escolha seu presidente (…) Forçam as coisas de tal modo que, no melhor, tenham que repetir as eleições”, advertiu o ex-presidente, cujo entorno confia em melhorar seu resultado se voltarem às urnas.

O governo espanhol de Mariano Rajoy, que não devolverá a autonomia regional até que um governo seja formado, exige um candidato sem problemas judiciais.

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“Uma pessoa que está em prisão provisória não tem condições de exercer as funções necessárias para ser presidente da Catalunha”, assinalou o porta-voz do Executivo, Íñigo Méndez de Vigo.

Sánchez é um dos quatro independentistas ainda presos por seu papel na tentativa de secessão em outubro. A Anistia Internacional pediu repetidamente sua libertação, denunciando que a prisão preventiva é “desproporcional”.

No domingo, eles poderão medir suas forças nas ruas de Barcelona, onde está prevista uma manifestação da associação ANC sob o lema “República já”.

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* AFP