No mês em que comemora seu aniversário de quatro anos, o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) dos bombeiros de SC vai ganhar um presente especial: o Arcanjo 2, um avião com capacidade para seis tripulantes avaliado em R$ 800 mil. A entrega da aeronave será feita numa cerimônia às 18h30min desta segunda-feira, em Florianópolis, como parte de um cerimonial voltado à equipe do BOA.

Continua depois da publicidade

O avião modelo Cessna 210 N foi apreendido em Rondonópolis, no Mato Grosso, e cedido ao Corpo de Bombeiros de SC pelo Conselho Nacional de Justiça. Por aqui ele será usado em parceria com o Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) em missões como transporte de órgãos, resgate e locomação de pacientes e até atendimentos dentro da própria aeronave – principalmente pequenas cirurgias feitas por um médico e um enfermeiro incluídos na tripulação.

Além disso, o novo avião dos bombeiros deverá auxiliar as equipes terrestres em situações de difícil acesso, do mesmo modo que é feito com o helicóptero Arcanjo. Um incêndio na mata, por exemplo, poderá ser medido e monitorado tanto pelo helicóptero quanto pelo avião. A aeronave poderá ainda ser usada em apoio à Justiça Federal e Estadual.

Comandante do BOA, o tenente-coronel Edupércio Pratts acredita que a velocidade seja o maior trunfo do Arcanjo 2: enquanto o helicóptero alcança cerca de 200 km/h, o avião chega a 300 km/h, sobrevoando o Estado com muito mais agilidade.

Continua depois da publicidade

– O Arcanjo 2 melhora o atendimento em casos onde a rapidez faz toda a diferença. Um grande acidente numa cidade pequena, por exemplo, pode lotar o hospital local; a missão do avião será transportar os pacientes até um espaço com estrutura no menor tempo possível.

Após a cerimônia desta segunda-feira, que contará com a presença do governador Raimundo Colombo e entrega de medalhas a bombeiros do BOA, o avião estará pronto para voar. E vem em boa hora: durante a temporada, as ocorrências atendidas pelo helicóptero chegam a 10 por dia, mais que o dobro do inverno.

– Todos os pilotos da equipe são treinados para pilotar tanto aviões quanto helicópteros, então a aeronave poderá ser usada a qualquer momento – conclui Pratts.

Continua depois da publicidade

Helicóptero dos bombeiros já realizou 2,7 mil missões

Como explica o tenente-coronel Edupércio Pratts, SC conta hoje com 56 pistas preparadas para aviões do porte do Arcanjo 2. Já os pontos de pouso para helicópteros são incontáveis – afinal, qualquer campo aberto pode servir como heliponto.

No começo de janeiro, os bombeiros precisaram socorrer um menino de dois anos que havia caído de uma construção na Ilha de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos. A solução foi aterrissar a aeronave num gramado, longe de qualquer heliponto, e levar o garoto a um hospital em Florianópolis.

Quatro anos após sua criação, o Batalhão de Operações Aéreas contabiliza cerca de 2,7 mil missões realizadas com o helicóptero e pelo menos 3 mil pessoas atendidas em diversas situações: salvamentos de naufrágios, afogamentos, quedas de costões ou em locais onde as viaturas não conseguem chegar e acidentes de trânsito. Com o avião, o primeiro Arcanjo poderá dedicar mais tempo a esse tipo de salvamento:

Continua depois da publicidade

– Cada missão deve ser analisada antes de se deslocar uma aeronave. O helicótero é melhor para pousar em pistas de terra ou gramado, enquanto o avião é mais preparado para percorrer longas distâncias – explica o comandante do batalhão.