Os reajustes da Petrobras chegaram às bombas de combustíveis de Santa Catarina e, em Florianópolis, um novo aumento será repassado ao consumidor até o final deste mês.
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Com a alta de 6,6% em janeiro, o litro da gasolina comum está beirando os R$ 3 em SC. Na Grande Florianópolis, o dissídio dos trabalhadores dos postos de combustíveis, que venceu no dia 1o deste mês, também vai impactar nas bombas.
Em Florianópolis, de janeiro para cá, o preço do litro de gasolina subiu, em média, R$ 0,13, uma variação de 4,7%, passando de R$ 2,780 para R$ 2,909, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). No Estado, o preço médio da gasolina está em R$ 2,920 (em janeiro era de R$ 2,757), e o do etanol, de R$ 2,449.
O vice-presidente do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis, Luiz Ângelo Sombrio, diz que um novo aumento na região será provocado pelo dissídio coletivo. As empresas garantiram um reajuste de 9,91% como antecipação salarial, mas ainda está em negociação um aumento maior (de até 14%).
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O reflexo na bomba pode chegar a R$ 0,06 a mais no litro da gasolina, segundo Sombrio, o que faria o preço atual bater a barreira dos R$ 3. A sequência de reajustes também reflete no consumo.
– Quando o valor impacta no bolso, como é o caso, o cliente começa a ser mais econômico e consumir menos – afirma Sombrio.
Nos postos, também é fácil encontrar consumidores reclamando. O vendedor André Gonçalves optou por ter uma moto para tentar economizar no combustível.
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– Mas não tem muito mais o que fazer, uso a moto para ir trabalhar. Até pesquiso os preços em diferentes postos, mas a diferença é pequena – avalia o vendedor.
Mais álcool anidro terá pouco efeito
A partir de 1o de maio, aumentará o percentual obrigatório de adição de álcool anidro à gasolina, de 20% para 25%, em uma das alternativas encontradas pelo governo federal para tentar amenizar o impacto do reajuste dos preços da gasolina ao consumidor e sobre os índices de inflação.
Mas o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Litoral Catarinense, Roque André Colpani, acredita que, como o etanol também aumentou, essa medida terá um reflexo de R$ 0,01 ou R$ 0,02 a menos na bomba.
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Para ele, a mudança vem mais para aliviar a necessidade de importação de gasolina pelo governo, o que tem provocado prejuízos para a Petrobras diante do alto preço no mercado internacional. Em 2012, a empresa registrou seu primeiro prejuízo trimestral em 10 anos e viu cair a produção de petróleo em 2%.
Para completar, o valor dos papéis da empresa continuam a despencar. Só durante os dois primeiros anos do governo Dilma, as ações ordinárias (com direito a voto) caíram 45,1% e as ações preferenciais (sem direito a voto) tiveram baixa de 32%.
No acumulado do ano, o lucro líquido foi de R$ 21,182 bilhões em 2012, valor 36,3% inferior ao registrado no ano anterior. Diante da queda, a presidente da Petrobras, Graça Foster, já sinalizou que vai brigar por novos reajustes neste ano. Entre 2012 e janeiro deste ano, a Petrobras aumentou três vezes o preço do diesel (alta acumulada de 16,1%) e duas vezes a gasolina (alta de 14,9%).
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Dissídio foi feito antes em outras cidades
Os sindicatos do Litoral, que cobre 15 municípios do Estado e os da região de Blumenau, com mais de 20 cidades, além do de Tijucas e Itajaí, fizeram suas convenções coletivas para o reajuste salarial em setembro e outubro do ano passado.
De acordo com o presidente do sindicato do Litoral Catarinense, Roque Colpani, uma parte dos empresários repassaram para os consumidores o reajuste, que foi de 7,5% para funcionários e de 7% para gerentes. Segundo ele, em alguns postos, a gasolina ficou de 3% a 4% mais cara. Hoje, ele informa, a gasolina nos municípios cobertos pelo sindicato está sendo vendida, em média, a R$ 2,90.
Colpani explica que o sindicato da Grande Florianópolis é o único que ainda não chegou a um reajuste salarial. Isso porque a região decidiu esperar pelo resultado do aumento do mínimo regional, acertado este ano. Ele diz que os outros devem fazer isto na próxima negociação: esperar pelo reajuste do salário mínimo regional, aprovado pela Assembleia Legislativa, que servirá de base para o aumento.
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