Ataques contra peregrinos e bairros xiitas no Iraque mataram pelo menos 61 pessoas nesta quinta-feira, num momento em que país se encontra mergulhado numa crise política em um clima de crescentes tensões entre xiitas e sunitas.
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Estes foram os atentados mais violentos na capital iraquiana desde as explosões que mataram 67 pessoas em 22 de dezembro. No atentado mais violento, cometido contra um grupo de peregrinos xiitas perto de Nassiriyah, no sul do país, 38 pessoas morreram e 68 ficaram feridas após a explosão de uma bomba.
Esse ataque aconteceu horas depois de uma série de atentados a bomba em dois bairros xiitas de Bagdá, que deixaram pelo menos 23 mortos. Os atentados aconteceram nos dois mais emblemáticos bairros xiitas da capital iraquiana: Kazimiya, onde fica o mausoléu do sétimo imã, Musa al-Kadum, e Sadr City, o maior bairro xiita da capital.
Os ataques aconteceram em um momento de grave crise entre os blocos políticos sunitas e xiitas. Dirigentes das duas tendências manifestam preocupação com a possibilidade de um ressurgimento da onda de violência religiosa que provocou milhares de mortes entre 2006 e 2007.
A atual crise teve início depois que a bancada parlamentar Iraqiya, de orientação sunita, passou a criticar, em dezembro e em tom duro, os métodos do governo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, um xiita.
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A situação se agravou com a ordem de prisão contra o vice-presidente Tarek al-Hashemi, um sunita, que encontrou refúgio no Curdistão iraquiano, norte do país.
O bloco Iraqiya, segundo maior grupo no Parlamento, com 82 legisladores, boicota há mais de duas semanas os trabalhos legislativos. Seus nove ministros fazem o mesmo no Executivo.