Cartazes com discurso homofóbico foram espalhados pela região central de Blumenau no começo desta semana. O caso gerou nota de repúdio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da cidade e está sendo investigado pelo Ministério Público. No ano passado, um episódio semelhante foi registrado no Parque Ramiro Ruediger.

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Conforme a ONG Mães do Amor, que luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, os materiais foram encontrados no bairro Victor Konder, próximo à Universidade Regional de Blumenau (Furb), e no Centro, no último domingo (21). Na mensagem, o movimento chamado Legião Sul convidava as pessoas a participarem de um grupo “antiesquerda” nas redes sociais.

Um dos cartazes exibia também a imagem de um casal branco segurando um símbolo de “proibido” com as cores LGBT: “Abrace a tradição, rejeite a degeneração”, citava. Diante do ocorrido, o instituto enviou um ofício ao Ministério Público para apuração dos fatos.

Por meio da assessoria de imprensa, o MP disse que o procedimento será encaminhado ainda nesta sexta-feira (26) ao Ministério Público Federal, que ficará responsável pela investigação.

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Em nota, a Comissão de Direitos Humanos da OAB de Blumenau afirmou ter tomado conhecimento do caso, pediu pela apuração dos fatos e os repudiou, enfatizando que os atos vão contra os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal:

“Reafirmamos o compromisso da entidade com o combate a todas as formas de discriminação e manifestamo-nos totalmente contrários a qualquer discurso de ódio e atos de preconceito, discriminação e intolerância como o ocorrido nesta semana”, diz ainda o texto.

Em junho do ano passado, a ONG Mães do Amor tinha marcado um piquenique no Parque Ramiro Ruediger aberto à comunidade com o tema “Jesus é amor”. O objetivo era fazer também uma roda de conversa sobre o “O Amor Vence a LGBTfobia”, com o teólogo Tuco Egg.

Porém, ao chegarem ao local, os participantes se depararam com placas de papel fixadas nos canteiros dizendo que nem todos eram filhos de Deus e que “aliás, existem aqueles que são filhes do diabo”. O material trazia ainda trecho bíblico apontando que “os homossexuais não herdarão o reino de Deus”.

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Advogado alvo de ataque

Manifestações racistas não são novidade na região. Em 2017, o advogado Marco Antônio André, de Blumenau, lidou com a violência racial estampada nos postes em frente à casa dele: “Negro, comunista, antifa (antifascista), macumbeiro. Estamos de olho em você”, era a intimidação feita por supremacistas brancos contra o homem. O cartaz ainda tinha o desenho de um integrante e do símbolo da Ku Klux Klan, movimento reacionário, extremista e nacionalista branco dos Estados Unidos.

Pichações em Bombinhas

Mais recentemente, neste mês, imóveis à beira-mar surgiram com pichações antissemitas em Bombinhas. Câmeras de segurança flagraram o suspeito, um blumenauense, pichando frases contra judeus no muro, portão e em parede de casas que ficam de frente para a Praia de Morrinhos.

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