Nove ônibus foram incendiados em dois pontos do Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira. Em Costa Barros, na zona norte, cinco veículos foram incendiados em protesto pela morte de um adolescente numa das favelas do Complexo do Morro do Chapadão. Outros quatro foram queimados no Complexo do Alemão, onde uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi invadida, provocando pânico em médicos e pacientes que estavam ali. Policiais militares atiraram em direção ao grupo, que se dispersou.

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Integrantes do 41º Batalhão de Polícia Militar (Irajá) fizeram uma operação na tarde desta segunda-feira na comunidade do Chapadão. Segundo o comando do batalhão, o adolescente, que foi atingido em tiroteio entre policiais militares e traficantes de drogas, estava com uma pistola calibre 9 milímetros (mm) e um radiotransmissor, que foram apreendidos.

Na ação, também foram recuperados um carro e duas motocicletas. As armas dos policiais que participaram da operação foram apreendidas para serem periciadas e a ocorrência foi registrada na 39ª Delegacia Policial (Pavuna), que vai investigar as circunstâncias da morte do adolescente. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fizeram perícia no local.

Depois que os policiais deixaram a comunidade, cerca de 20 pessoas atearam fogo em cinco ônibus na Estrada Rio do Pau, na Pavuna. O policiamento está reforçado na região. O comércio está fechado, por medida de segurança. Inicialmente, quatro ônibus foram incendiados. Os manifestantes fizeram barricadas, impedindo a passagem das equipes do Corpo de Bombeiros, e atearam fogo em outro coletivo.

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A Polícia Militar está enviando para o local um carro blindado, o Caveirão para abrir passagem para que os bombeiros possam chegar ao local onde foi queimado o outro ônibus. Os cinco veículos foram totalmente destruídos pelas chamas, de acordo com o Corpo dos Bombeiros. O clima ainda é tenso na região e policiais do Batalhão de Choque também estão no local para dispersar a multidão.

UPA é depredada no Complexo do Alemão

A Unidade de Pronto Atendimento do Alemão, na zona norte, foi depredada na noite de segunda-feira, em mais um protesto contra a morte da aposentada Arlinda Bezerra das Chagas, de 72 anos, atingida por bala perdida no domingo, quando tentava proteger o sobrinho-neto, de 10 anos.

Por volta das 21h30, um grupo forçou a porta da frente da UPA, deixando em pânico pacientes e profissionais que estavam no local. Assustados, médicos chegaram a pular por uma das janelas da unidade, para tentar escapar do ataque.

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Imagens postadas numa rede social mostram a unidade destruída: monitores de televisão arrancados, cadeiras reviradas, computadores quebrados e jogados ao chão, brinquedos do setor de pediatria danificados. Um morador do Alemão comentou: “Já não funcionava, agora tem desculpa para não funcionar”.