O tempo seco ganhou uma companhia nociva para o meio ambiente nos últimos dias em Brusque. Na tarde de ontem, um incêndio atingiu uma área de vegetação na Rua Sete de Setembro, bairro Santa Rita, que chegou até 400 metros quadrados.

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O caso chamou a atenção porque não foi exatamente um acontecimento isolado. No sábado, a cidade havia registrado pelo menos oito ocorrências semelhantes de fogo em região de vegetação rasteira ou mata, em diferentes bairros da cidade, como Ponta Russa, Nova Brasília, Guarani e Santa Terezinha.

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Brusque, Jacson Luiz de Souza, somadas, as ocorrências queimaram uma área de cerca de 50 mil metros quadrados – o equivalente a sete campos de futebol. Somente um dos incêndios atingiu uma área de 30 mil metros quadrados, no bairro Limeira.

Apesar de ser inverno, a informação dos bombeiros é que o tempo em Brusque está seco, já que o mês de julho tem sido de pouca chuva, o que contribui para o avanço das queimadas. Ainda assim, a suspeita inicial é que a maior parte das ocorrências tem como origem a ação de moradores que iniciam pequenas queimadas e perdem o controle.

– Essa época do ano favorece os incêndios, com o clima seco e a baixa umidade. O homem utiliza esse período para fazer limpezas ou replantio, tudo isso contribui. Em muitos casos as pessoas que residem próximas aos lugares atingidos, estão envolvidas nessas situações – confirma o comandante Souza, que cita a presença de vento como um dos agravantes nos casos.

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Prática pode ser considerada crime

O engenheiro ambiental da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), Anderson Constantini, explica que nos 11 anos em que trabalha no órgão, nunca foi feito um pedido de queimada. Sem essa autorização, a prática pode ser considerada crime ambiental, com penas como reclusão de três a seis meses e multa, que varia de acordo com a área atingida. Este ano, no entanto, nenhuma multa deste tipo foi aplicada. Constantini explica que normalmente isso ocorre de forma ilegal e que o tempo seco registrado nas últimas semanas piora a condição. Ele alega que, nesta época do ano, moradores costumam limpar terrenos e acabam optando por colocar fogo.

– Na visão deles facilita mais do que roçar ou capinar, mas isso pode causar um estrago grande, destruição da floresta, morte de animais, levar perigo a residências e vitimar até mesmo a própria pessoa – alerta.

Nos últimos 30 dias choveu em Brusque um quarto do esperado para o mês inteiro. A situação é crítica também em outras partes do Estado.

Sete rios das regiões Oeste, Planalto Norte, Vale, Grande Florianópolis e Sul já estão em situação de emergência, e outros nove podem entrar se a chuva demorar para cair em SC. (Com informações de Marina Dalcastagne, NSC TV).

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