Nove dos “33 mineiros do Atacama” apresentaram nesta segunda-feira em uma ação judicial por fraude contra os advogados que administram os direitos pela história que protagonizaram há cinco anos, quando sobreviveram a 69 dias enterrados a mais de 600 metros.
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O processo por “fraude qualificada, apropriação indevida, contrato simulado e prevaricação”, contra os advogados Remberto Rodrigo Valdés, Fernando García e “de todos aqueles que sejam responsáveis”, diz o documento apresentado pelos mineiros ao Quarto Juizado de Garantia de Santiago.
“Aqui há uma situação muito anômala e por isso é a justiça que deve dirimir isso (…) Hoje em dia estamos sendo resgatados pela segunda vez”, disse Luis Urzúa, que era gerente de turno naquele 5 de agosto de 2010, quando foi soterrado com mais 32 companheiros no fundo da mina San José.
Os mineiros que entraram com um processo junto com Urzúa foram Juan Aguilar, Jorge Galleguillos, Víctor Zamora, Richard Villaroel, Osmán Araya, Mario Gómez, Claudio Acuña e Ariel Ticona.
“Mediante uma série de manobras fraudulentas e enganosas, aproveitando-se de sua qualidade de advogados, induzem os 33 ao erro, fazendo-lhes acreditar que tinham uma sociedade administrada por eles, para prejudicá-los e apropriar-se de quantias de dinheiro que não lhes pertencia”, diz a demanda judicial dos mineiros.
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De acordo com o contrato, cada mineiro cedeu seus direitos em troca de um pagamento de 4 milhões de pesos (cerca de 5.700 dólares).
A demanda apresentada nesta segunda-feira expõe o racha entre os mineiros nos últimos anos, aprofundado após a estreia em agosto do filme “Os 33”, protagonizado por Antonio Banderas.
“Nem todo mundo realmente entendeu o que está acontecendo (…) temos lutado por quatro anos para mostrar que nossos direitos foram violados”, completou Urzúa.
Para o mineiro Víctor Zamora, “não se trata de brigar, de lutar contra os mineiros, porque nós somos um grupo muito unido (…), a divergência que temos no grupo é pelo o que os advogados fizeram com a gente”.
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* AFP