O tribunal de apelação de Manama confirmou nesta segunda-feira uma condenação de nove anos de prisão para o líder da oposição xiita no Bahrein por “complô contra o regime e incitação à desobediência”, informaram fontes judiciais.

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O xeque Ali Salman, de 51 anos, cumpre atualmente uma condenação de prisão neste pequeno reino de maioria xiita governado por uma dinastia sunita.

O líder do movimento opositor Al Wefaq, dissolvido em julho, foi condenado no ano passado a quatro anos de prisão por “incitação ao ódio religioso”, mas o tribunal de apelação aumentou a pena para nove anos ao adicionar a acusação de “complô contra o regime”.

Em outubro, a corte de cassação anulou a sentença contra o líder xiita e devolveu o caso ao tribunal de apelação, que nesta segunda-feira voltou a condenar Salman a nove anos de prisão.

A detenção de Salman, no final de 2014, provocou manifestações, assim como protestos das organizações de defesa dos direitos humanos e do governo dos Estados Unidos, aliado do Bahrein.

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A operação contra Salman era parte de uma campanha de repressão ao movimento Al-Wefaq, o principal da oposição do Bahrein, dissolvido em julho por decisão judicial ao ser acusado de “fomentar o terrorismo”.

O partido recorreu contra a sentença.

O movimento tinha a maior bancada parlamentar antes da renúncia de seus deputados em fevereiro de 2011 em protesto pela repressão das manifestações que explodiram no Bahrein após a Primavera Árabe.

Apesar da redução da violência nos últimos anos, a justiça local prossegue com o anúncio de duras penas de prisão para os supostos autores de ataques contra as autoridades. As condenações podem ser acompanhadas pela retirada da nacionalidade.

* AFP