O uso constante das tecnologias em nossas vidas impacta as relações sociais e a maneira como nos relacionamos diariamente. Com isso, o Direito, ciência que tem por objetivo prevenir e dirimir os conflitos sociais, também sofre os impactos e modificações causadas pelo uso das novas tecnologias. Percebendo isso, as instituições de ensino devem preparar os futuros profissionais da área de Direito para as novas demandas do mundo do trabalho.
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– Os profissionais da área do Direito devem conhecer as novas relações sociais e compreender como as normas devem ser interpretadas para prevenir e solucionar as demandas. Além disso, é imprescindível estar sempre atualizado sobre as novas legislações que são publicadas para melhor regular a vida de uma sociedade cada vez mais impactada pela tecnologia – , destaca a gestora da área de Ciências Jurídicas da Ânima Educação, Maria Bartira Muniz de Oliveira.
Um outro aspecto que deve ser observado é que a tecnologia afeta diretamente também a forma como os profissionais da área jurídica exercem suas funções. Tanto no âmbito judicial quanto no âmbito extrajudicial, a tendência é que os processos e procedimentos sejam disponibilizados de forma totalmente digital.
Sendo assim, tribunais, escritórios e organizações, ao fazerem uso da tecnologia, exigem que os profissionais se adaptem e desenvolvam novas competências até então não exigidas, como, por exemplo, realizar audiências e sustentação oral no tribunal por meio de uma plataforma digital.
– Muitas são as tecnologias à disposição dos profissionais do Direito, desde o uso da inteligência artificial, a reconstituição de fatos por meio de realidade virtual ou ampliada, a jurimetria (estatística aplicada às decisões dos tribunais), a automatização do acompanhamento processual, o suporte na elaboração de peças, as audiências por meio de videoconferência, entre outras questões que agora ocupam posição de destaque no saber-fazer jurídico -, exemplifica o coordenador regional da área de Ciências Jurídicas da UniSociesc, Alexandre Botelho.
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Novas ferramentas facilitam o dia a dia dos profissionais de Direito
Para ser um bom operador do Direito, atualmente, não é mais suficiente apenas elaborar peças jurídicas utilizando um editor de texto. Os profissionais podem otimizar o tempo e a qualidade dos seus trabalhos utilizando uma série de ferramentas que estão disponíveis no mercado e que auxiliam na prática jurídica. Exemplo disso é a análise estatística das decisões, que colabora com o advogado no sentido de definir quais são as estratégias processuais mais adequadas para cada caso.
– A tecnologia também colabora na assertividade do direito buscado em juízo e no relacionamento com os clientes, que podem se utilizar dos diversos mecanismos de mensagens instantâneas, reuniões por vídeo entre outros mecanismos para reduzir os deslocamentos e gastos relativos ao regular desenvolvimento do processo – , acrescenta Botelho.
Ferramentas como essas, disponibilizadas através do uso das novas tecnologias, colaboram com os profissionais da área de diversas maneiras, como, por exemplo, na qualidade das peças produzidas, já que há uma grande oferta de produtos que auxiliam o profissional na tarefa de produzir petições, recursos, relatórios, entre outros.
– Essas são apenas algumas das mudanças que já estão impactando diretamente quem lida com o Direito no dia a dia, mas, certamente, muitas outras tecnologias influenciarão a área do Direito, que precisa transformar toda essa inovação em solução de problemas reais para a sociedade, pois de pouco adianta todo um renovado aparato tecnológico se não for utilizado em prol da sociedade e do bem-estar das pessoas -, pondera o coordenador regional.
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O ensino dos estudantes da área de Direito também precisa se atualizar
Com todas essas novidades é preciso que os profissionais estejam preparados para o mundo do trabalho e suas exigências, e as instituições de ensino devem proporcionar a esses profissionais o desenvolvimento das capacidades necessárias para isso. Segundo o diretor jurídico da nima Educação, João Batista Pacheco Antunes de Carvalho, é preciso que a educação passe por uma verdadeira evolução para atender às novas demandas profissionais.
– Infelizmente, muitas escolas de hoje não formam os jovens para a vida e para o mundo do trabalho. É necessário desenvolver nos estudantes capacidades e habilidades indispensáveis para o exercício de uma profissão ou atividade laboral. Nós precisamos evoluir sempre -, alerta João Batista.
Para isso, é preciso focar naquilo que será necessário ao graduando no dia seguinte à formatura, para o real exercício da profissão.
– Embora quase metade do cursos contenha matérias ligadas ao estudo das obrigações, das condições, termos e dos contratos, poucos contratos são efetivamente elaborados pelos estudantes durante o curso, por exemplo, em grande parte das instituições de ensino do país. O contato com os autos é quase inexistente, mesmo hoje sendo o acesso simples e de pequeno custo diante da realidade dos processos virtuais ou eletrônicos -, aponta João Batista.
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Além disso, é necessário que as instituições atualizem os conteúdos ministrados no curso e promovam, por exemplo, a inserção de conteúdos relacionados ao direito digital e ciência de dados, considerando que a perspectiva é que cada vez mais os juristas trabalhem com dados em seu cotidiano.
– Um currículo inovador deve permitir o desenvolvimento de projetos que mantenham o estudante, durante o curso, conectado com o mundo do trabalho, ou seja, proporcionando experiências de aprendizagem para além da sala de aula, por meio de parcerias que permitam que ele também aprenda no ambiente profissional -, destaca Maria Bartira.
Portanto, é fundamental a adoção de uma nova metodologia de ensino, com foco no desenvolvimento de habilidades e competências, que promova, também, a interação entre os vários ramos da ciência e um olhar holístico do estudante.
– Caso contrário, persistiremos instalados na sala de aula do século passado, pouco atrativa para jovens inquietos, com acesso instantâneo e gratuito a qualquer conteúdo, que têm pressa e estão ávidos por saber fazer e fazer agora -, finaliza João Batista Carvalho.
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Instituições de ensino preparam estudantes de direito para o uso das novas tecnologias
A nima Educação, uma das maiores organizações de ensino privado do país, promove um ensino vinculado às tecnologias. A UniSociesc faz parte desse ecossistema e já conta com uma matriz curricular totalmente adequada às novas demandas, permitindo que acadêmicos estejam mais próximos das novas tecnologias e, consequentemente, do mundo do trabalho.
– Em nossa matriz, ao invés das disciplinas tradicionais, os estudantes cursam unidades curriculares que reúnem conteúdos necessários para solucionar os problemas da vida real. Essas unidades são ministradas por uma dupla de professores, que apresenta os mais importantes pontos de vista sobre os acontecimentos jurídicos e com foco no desenvolvimento de projetos, envolvendo e estimulando os estudantes a aprofundarem os seus estudos a partir de uma extensa base de dados para pesquisas, denominada “busca ativa”. – explica o coordenador regional da área de Ciências Jurídicas da UniSociesc, Alexandre Botelho.