As autoridades do Iêmen anunciaram nesta sexta-feira sua participação na próxima semana em novas negociações para resolver o conflito no país, palco neste mesmo dia de um sangrento ataque rebelde em um mercado muito movimentado.
Continua depois da publicidade
Os rebeldes xiitas não confirmaram sua presença nestas negociações, mas o mediador da ONU, Ismail Ahmed Uld Sheikh, afirmou na quinta-feira que todos os protagonistas aceitaram participar.
O mediador saudou “o compromisso do governo do Iêmen, dos huthis e do Congresso Popular Geral (partidários do ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh) de participar” das negociações.
As negociações têm por objetivo “alcançar um cessar-fogo e uma transição política pacífica” e “criar um marco para um acordo sobre um mecanismo que permita aplicar a resolução 2216”, indicou o mediador.
Em um comunicado publicado na noite de quinta-feira, o presidente do governo iemenita reconhecido internacionalmente, Abd Rabo Mansur Hadi, lembrou que a retirada dos rebeldes das zonas conquistadas desde o ano passado, como prevê esta resolução das Nações Unidas, continua sendo uma condição prévia para as negociações.
Continua depois da publicidade
Esta resolução da ONU prevê a retirada dos rebeldes huthis e de seus aliados, os militares que permanecem fiéis ao ex-presidente Saleh. Os huthis xiitas têm o apoio do Irã, a potência regional xiita.
Para apoiar o atual presidente, Abd Rabo Mansur Hadi, a Arábia Saudita sunita liderou desde março uma campanha militar árabe para impedir que os huthis tomem o controle total do Iêmen.
Os esforços diplomáticos anteriores para tentar colocar fim aos mais de cinco meses de guerra no Iêmen não deram resultado e a coalizão liderada pela Arábia Saudita para apoiar Hadi realizou bombardeios aéreos quase diários contra os rebeldes.
No campo militar, os combates e os bombardeios continuavam sendo intensos.
Ataque sangrento
Além disso, ao menos 20 civis morreram nesta sexta-feira na explosão de foguetes disparados por rebeldes xiitas contra um mercado da cidade de Marib, a leste de Sanaa, informaram testemunhas e socorristas.
Continua depois da publicidade
Dezenas de pessoas ficaram feridas no mercado, muito movimentado pelo fato de sexta-feira ser um dia de descanso semanal.
“Vinte civis morreram e outras dezenas ficaram feridos”, indicou uma fonte médica.
Testemunhas também afirmaram sobre a presença de dezenas de feridos.
Horas antes, um ataque aéreo da aviação da coalizão liderada pela Arábia Saudita que apoia o governo no exílio havia provocado a morte de sete supostos rebeldes no leste da capital, uma zona controlada pelos insurgentes.
Nesta sexta-feira, novos reforços de homens e material militar foram levados ao Iêmen. Segundo um correspondente da AFP no posto fronteiriço de Al-Wadia, entre Iêmen e Arábia Saudita, ao menos 40 veículos militares atravessaram a fronteira em direção a Marib.
Tropas iemenitas treinadas na Arábia Saudita, assim como militares de países da coalizão, cuja nacionalidade não foi informada, também estavam a bordo dos veículos de transporte de tropas.
Continua depois da publicidade
* AFP