A caminhada do casal de aposentados Edivaldo Rodrigues de Oliveira, 65 anos, e Maria Aparecida da Silva Oliveira, 58, está menos prazerosa nos últimos tempos. Acostumados a praticar exercícios físicos com a vista do mar da Praia Brava, local que escolheram para morar há pouco mais de um ano em Itajaí, eles têm se deparado com obstáculos que não deveriam fazer parte do dia a dia. No calçadão, ao invés de encontrar lixeiras, os dois se deparam com sacos cheios de lixo, deixados no mesmo espaço ocupado pelos pedestres e ciclistas. O Sol Diário esteve no local na última semana _ na manhã da terça-feira passada, dia 30 de outubro, e ontem à tarde _ e encontrou vários sacos plásticos espalhados pelo calçadão. Uma imagem que não combina com a praia.
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– Depois das obras de reurbanização, a Avenida José Medeiros Vieira ficou linda, mas com esse lixo no calçadão não dá. Eu acho que falta um pouco da carinho por parte dos órgãos municipais e dos próprios usuários da praia, que jogam os restos do que consumiram em lugares impróprios – opina Maria Aparecida, enquanto desvia dos sacos pretos deixados no passeio público.
Ao longo dos pouco mais de dois quilômetros, atualmente 18 lixeiras estão instaladas no calçadão da avenida. A intenção da prefeitura de Itajaí é ampliar para 30 a quantidade à beira-mar, mas o projeto só será colocado em prática depois da temporada de verão, quando o vaivém de turistas não existe mais no município.
– As novas lixeiras são o último passo do processo de reurbanização da Avenida José Medeiros Vieira. Mas neste ano a instalação não será mais feita. Acredito que começará lá por março do ano que vem – diz o secretário de Obras de Itajaí, Tarcísio Zanelatto, alegando que os prejuízos com depredações de lixeiras na cidade é a principal causa da demora.
A reurbanização da avenida _ com iluminação, drenagem e calçamento total _ trouxe melhor acesso e mais conforto ao Canto Sul da Praia Brava, antes de terra batida e bem menos frequentada. O local passou a receber mais visitantes, especialmente no período da noite, quando muitos jovens estacionam os carros e usam o espaço para beber, ouvir música e conversar ao ar livre. O resultado da festa informal é percebido ainda antes de o dia amanhecer: garrafas de cerveja, uísque, vodca e embalagens de suco, gelo e salgadinho ocupam a beira da estrada e a calçada, quando não são deixados na faixa de areia, sobre a restinga da Praia Brava.
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– Da temporada passada para cá aumentou bastante o número de frequentadores na Brava. Durante a semana, já na quinta-feira à noite, tem gente que se reúne com os amigos na beira-mar. E eles acabam deixando os restos do que consomem jogados. Talvez se tivessem mais lixeiras pela orla, as pessoas se sensibilizariam mais – acredita a funcionária pública federal Carolina Marchisio, 34 anos, que na companhia da mãe usava o calçadão para a caminhada matinal.
Coleta de lixo ocorre de segunda a sábado
As18 lixeiras encontradas no calçadão da Praia Brava são simples, têm estrutura de ferro com suporte para os sacos de lixo. Segundo os moradores, há dias em que as sacolas plásticas com a sujeira são recolhidas, mas não há reposição, deixando a estrutura vazia e sem utilidade. Outra reclamação é a falta de recolhimento diário do lixo na Avenida José Medeiros Vieira, a principal do bairro. Há quem diga que o caminhão que faz a coleta não passa todos os dias pelo local. Fato não confirmado pelo secretário de Obras de Itajaí, Tarcísio Zanelatto.
– O lixo só não é recolhido aos domingos, mas nos outros dias a coleta é feita sempre. Neste ponto não há falha – garante.
As novas lixeiras, previstas para ocuparem em maior número o calçadão da Praia Brava a partir do ano que vem, serão de material plástico e terão as cores do município: azul e amarelo. As estruturas seguem o padrão dos equipamentos já instalados na cidade.
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