A situação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) está se agravando.
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Líderes do PSDB decidiram, em conversas reservadas, que vão insistir na estratégia pública de alegar que a cúpula petista da CPI do Cachoeira está direcionando as investigações para mantê-lo no foco da comissão. Mas, em privado, já admitem que não vão se opor a uma eventual nova convocação e até mesmo a um eventual indiciamento do governador pela CPI.
O relatório da Polícia Federal que aponta Perillo como tendo firmado um “compromisso” com a construtora Delta, com a intermediação do bicheiro Carlinhos Cachoeira, dificultou ainda mais uma defesa intransigente do governador.
– As provas são robustas – admite um cacique tucano.
Mas, como Perillo não se licenciou do partido logo após o início das acusações de envolvimento com Cachoeira, fica difícil, segundo tucanos, cobrá-lo agora para se licenciar temporariamente do PSDB. Ou seja, não vão largá-lo agora.
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– Nada contra a convocação, não seremos obstáculo à convocação. Mas a pergunta é: convocar para quê? Para repetir as mesmas perguntas e ouvir as mesmas respostas? – disse o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), nesta segunda-feira.
Para ele, a eficácia do novo depoimento é questionável porque o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (SP), já sinalizou que há elementos para sugerir o indiciamento de Perillo ao final dos trabalhos. Pelas entrevistas concedidas até então, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), também tem sinalizado que deve indiciar o governador por envolvimento com Cachoeira. O tucano sustenta que o indiciamento é mais “político”, uma vez que a PF está mais avançada na investigação e a CPI não tem nada, até o momento, para contribuir no esclarecimento do caso.
Dias deverá conversar nesta segunda-feira com o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), sobre a situação de Perillo.