Seis anos depois do crime que chocou o país, um novo depoimento pode reabrir as investigações sobre a morte da menina Isabella Oliveira Nardoni. Reportagem veiculada pelo Fantástico na noite deste domingo mostrou que uma funcionária do sistema penitenciário paulista procurou o Ministério Público de São Paulo, na semana passada, para contar que o avô paterno também teria tido participação na morte da criança, de cinco anos.
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Defesa apresenta novo laudo sobre a morte da menina Isabella Nardoni
A funcionária, cuja identidade é mantida sob sigilo, revelou que a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, teria contado, em conversa dentro do presídio, em 2008, que Alexandre Nardoni jogou a filha pela janela do sexto andar do prédio em que moravam, em São Paulo, após ter sido aconselhado pelo pai, Antônio, a simular um acidente. O casal sempre negou ter cometido o crime, mas, na conversa com a funcionária, Anna teria admitido que bateu na menina e que achou que ela estivesse morta.
– Ela fala que não estrangulou a menina, que ele colocou a menina no chão, acreditando que a menina tivesse morta, enquanto ela ligava para o sogro – disse a funcionária.
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Procurado pela reportagem do Fantástico, o avô de Isabella, que é advogado, disse que jamais aconselhou o casal a simular acidente. Ele contou que Anna ligou dizendo que a criança tinha caído, mas que não imaginava a gravidade do acidente.
A testemunha também afirmou que a madrasta teria dito que não fez tais revelações à Justiça porque o sogro sustentaria a família. Anna, segundo a depoente, ainda receberia regalias na cadeia bancadas por Antônio, como um colchão especial. Ele confirmou que atende a um pedido do filho para “não deixar faltar nada” para Anna, que é mãe de dois filhos de Nardoni.
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Na época do crime, com a quebra do sigilo telefônico do casal, ficou comprovado que Antônio Nardoni e Anna Jatobá conversaram durante 32 segundos no dia da morte de Isabella.
Promotor do caso Isabella, Francisco Cembranelli, que hoje é procurador de Justiça, afirmou ao Fantástico que, se a denúncia for comprovada, Antônio Nardoni também pode responder pelo assassinato de Isabella e considerou a testemunha convincente.
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– Creio que ela tem realmente essa intenção de contar a verdade, de propiciar condições para que a Justiça possa prevalecer e responsabilizar todos os envolvidos na morte de Isabella.
* Zero Hora