Completamente reestilizada no ano passado, a Ranger ganhou a munição necessária para entrar na guerra contra as concorrentes de peso S10 e Hilux: o design. Antes de qualquer análise mais detalhada, é preciso ressaltar: a picape da Ford ficou muito bonita, em nada devendo no quesito para as representantes da General Motors e da Toyota.
Continua depois da publicidade
Para uma avaliação dos atributos da top de linha da Ranger, equipada com motor 3.2 diesel, transmissão automática e sequencial de seis velocidades e tração 4×4 com bloqueio do diferencial, Sobre Rodas percorreu vários tipos de piso e condições climáticas por mais de 500 quilômetros, incluindo um percurso pela serra gaúcha. A picape só não foi testada com a caçamba cheia.
A Ford finalmente deu uma aparência condizente para a Ranger. Só não podia retirar um efeito intrínseco a esse tipo de veículo. A picape pula bastante nas irregularidades das ruas ou em uso off-road. É impossível de isso não ocorrer, por seu tamanho avantajado, sua altura em relação ao solo e pelo feixe de molas da suspensão traseira. Se algum fabricante conseguir driblar essa característica, terá redescoberto a roda.
Agilidade na serra
Em contrapartida, a Ranger desfila com fluidez quando encontra uma estrada bem pavimentada. A posição de dirigir alta passa mais confiança ao motorista. Surpreendeu na sinuosa subida rumo à Nova Petrópolis pela agilidade para uma picape grandalhona e passou com sobras nesse item por não dar sustos. No piso sem solavancos,parece se tratar de um
Continua depois da publicidade
sedã grande, pelo conforto do interior e facilidade nas manobras.
Com o gostoso som do propulsor a diesel – baixo dentro da cabine devido ao bom isolamento acústico -, a Ranger tem o conjunto motor/câmbio em perfeita harmonia, podendo chegar a 200 cavalos – a maior força da categoria.
As trocas de marchas são quase imperceptíveis e as retomadas de velocidade, sempre vigorosas. O grande vão entre o assoalho e o piso traz problema no acesso ao veículo. Isso, no entanto, é compensado pelos providenciais estribos laterais e pela alça na coluna A (a da frente) no lado do carona. Inexplicável é não ter esse dispositivo também para o motorista.
Dentro, a Ranger cabine dupla carrega facilmente cinco adultos. Mas o passageiro do meio do banco traseiro sofre um pouco pela saliência do túnel central.