O sinal de alerta segue ligado no Vale do Itajaí. Embora o nível do rio Itajaí-Açu em Blumenau venha baixando gradativamente desde às 11h de ontem, a previsão do tempo para o fim de semana mantém a preocupação para a região. Isso porque a meteorologia aponta mais chuva a partir de domingo em Santa Catarina, o que pode trazer em quatro dias uma nova situação complicada.

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A atuação de um sistema de baixa pressão tal como ocorreu em seis dos últimos sete dias se repete, o que faz prevalecer o mau tempo. Na prática serão quatro dias com chuva constante, que aliada ao volume de água que caiu desde a última sexta-feira mantém a Defesa Civil em condição de atenção.

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São duas situações: a primeira diz respeito ao solo que, saturado por conta da água que veio abaixo na semana que passou, aumentou consideravelmente a probabilidade de escorregamento. Há aberturas de sol entre hoje e amanhã, é verdade, mas insuficientes para secar a superfície, conforme a Defesa Civil de Blumenau.

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No Garcia a chance de que ocorram quedas de barreira ainda é considerada alta pelo Sistema AlertaBlu. Nas regiões do Centro, Fortaleza, Itoupavas, Velha, Vila Nova e Vila Itoupava, a possibilidade é média.

A segunda situação é quanto ao nível do rio Itajaí-Açu. Segundo a meteorologista Marilene de Lima, da Epagri/Ciram, a previsão é de que chova no máximo 200 milímetros em quatro dias, índice maior do que dos últimos sete – quando choveu 174 milímetros em Blumenau, segundo o órgão estadual.

Choverá entre domingo e quarta-feira, e no Vale do Itajaí o maior volume será entre terça e quarta. Se confirmar, os volumes podem vir a preocupar – explica Marilene.

O secretário de Defesa do Cidadão de Blumenau, Rodrigo Quadros, conta que as equipes de trabalho já foram informadas sobre o montante de chuva previsto para cair a partir do domingo. Embora ontem os abrigos tenham sido desativados, eles não foram desmontados, justamente por precaução. Hoje durante o dia o AlertaBlu passará à Defesa Civil do município um relatório completo da situação, o que vai auxiliar no planejamento para os cinco dias que virão pela frente.

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– Já conversamos sobre o assunto (referente à chuva prevista para a semana que vem), mobilizando e preparando o pessoal. O Grac (Grupo de Resposta e Ações Coordenadas) já foi informado sobre essa condição que se aproxima e todas as secretarias estão avisadas. Só esperamos para ver quanto o nível do rio vai diminuir e quanto vai chover na nossa bacia – destaca Quadros.

Nesse momento, com tempo mais estável, a preocupação é com o escoamento da água armazenada nas barragens de Taió e Ituporanga – que até as 21h de ontem estavam com 88,2% e 80,3% da capacidade ocupada, respectivamente, e um total de sete comportas abertas em ambas. O hidrólogo Guilherme Miranda, da Epagri/Ciram, explica que esvaziar as barragens é algo difícil e relativo, porque depende da operação – algo que pode levar de três a quatro dias, insuficiente, por exemplo, para amenizar o problema atual.

– A preocupação da Defesa Civil é providencial, visto que as barragens estão com um volume bastante elevado em termos de acúmulo de água, o que faz com que demore o escoamento do volume armazenado. Eles estão abrindo paulatinamente para não provocar uma enchente, mas demora para esvaziar – comenta Miranda.

– Existe um receio pelo contexto, mas quem disser algo quanto a um dia crítico, hora, ou minuto, é puro achismo. Existe uma previsão, uma estimativa do que vai chover. Para alguém dizer algo categoricamente, precisa ter uma visão melhor do que a de São Pedro – finaliza.

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Conforme o AlertaBlu, a sexta-feira será com sol entre algumas nuvens por conta da presença de uma massa de ar seco e frio. Sábado, a previsão é de aumento da nebulosidade devido à umidade que vem do oceano. No domingo, o tempo volta a ficar instável a partir da tarde se intensificando durante a noite de forma moderada. O órgão municipal não confirma o volume de chuva previsto.