Após dois anos no comando da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama de Jaraguá do Sul, a voluntária Maria Santin Camello passou a presidência para Yeda Marilu Bauer Conti. Para a nova comandante, o maior desafio será, além de continuar a fazer o alerta sobre a importância da prevenção ao câncer e mama, a luta para a conquista de uma nova casa para a entidade.

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Em fevereiro deste ano, a sede da rede passou por alterações físicas. Os atendimentos as pacientes, como fisioterapia, estão todos concentrados no piso térreo da instituição. Segundo a ex-presidente, Maria, a intenção era dar maior conforto para as pacientes, principalmente para as mastectomizadas, que ficam mais debilitadas após a retirada da mama.

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O atual prédio tem mais de 20 anos. A justificativa para troca de espaço é que o local não pode ser ampliado, pois não há espaço no terreno. Maria destaca que a instituição tem mais dois contratempos: o trem e o rio Itapocu.

_ Ambos fazem parte da cidade antes de pensarmos que Jaraguá do Sul chegaria a esse tamanho. Na enchente de junho do ano passado, a água ficou próxima de entrar na janela. E o barulho do trem atrapalha as pacientes que têm que relaxar nas sessões de fisioterapia ou reike. Ainda o trânsito intenso que também ocasiona barulhos – explica.

– Temos que achar um terreno na área central. Entretanto, sabemos que é uma batalha difícil, pois é necessário verba para isso – destaca Maria.

Mais recursos

Hoje, a rede atende a 92 pacientes com o voluntariado de 75 pessoas, mais 11 funcionários. Em 2014, foram realizados 4.139 exames preventivos. Com todas as contas em dias e com R$ 220 mil aplicados, a entidade se encontra em uma situação econômica favorável, segundo a presidente.

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– Mensalmente, gastamos R$ 40 mil para manter a estrutura. Sendo que R$ 16 mil são repassados pela Prefeitura e cerca de R$ 5 mil são doações de pessoas por meio da conta de luz ou água. O restante do custo é mantido com dinheiro das nossas ações – destaca.

Entretanto, para realizar o sonho da sede nova, a instituição precisa de uma da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (Cebas), para receber recursos de entidades privadas, as quais descontam do imposto de renda essa ajuda.

– Foi uma das bandeiras que eu lutei nestes dois anos de gestão, mas não consegui concluir. A Yeda irá lutar para que a rede passe a ter – destaca Maria.

Segundo a ex-presidente, a rede atende a 30 mulheres por dia. Com o espaço novo, podem ampliar o atendimento e o número de exames realizados. Um dos passos foi dado neste ano ao receber dez pacientes de Guaramirim que necessitam de fisioterapia e outros serviços.

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Entrevista: Yeda Marilu Bauer Conti

A nova presidente tomou posse na última terça-feira. Quebrando a regra que apenas voluntárias mais antigas podiam assumir uma posição de lideranças, Yeda Marilu Bauer Conti assume a presidência com apenas um ano de voluntariado. Ela fica dois anos enfrente da instituição.

A Notícia – A partir de que momento decidiu se tornar voluntária da Rede Feminina?

Yeda Marilu Bauer Conti – Eu sempre tive essa vontade, desde a época em que meu pai, Victor Bauer, foi prefeito de Jaraguá do Sul. Com o casamento e depois os filhos, acabei ficando trabalhando nas empresas da família. Meu marido perguntou o que eu queria fazer depois de me aposentar. Por meio do convite de Nicéia Salete Jark, eu decidi entrar para Rede Feminina.

AN- Em qual setor começou o voluntariado?

Yeda: Comecei a trabalhar na Casa de Conforto, no Hospital São José. Foi lá que me realizei por dar apoio para pessoas que vivem momentos difíceis. Aprendi que é preciso abraçar, tocar nas pessoas para mostrar que você está ao lado delas. Mostra que aquele indivíduo é alguém. Não tem dinheiro que pague esse trabalho.

AN- Com menos de um ano de Rede, você se sente preparada para assumir um cargo tão importante?

Yeda: Tenho consciência que será um grande desafio. Mas eu tenho coragem, tempo e amor pela causa. Sem falar que irei trabalhar com o apoio de todas as demais voluntárias, porque sozinho ninguém faz nada.

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AN – Quais são suas principais metas?

Yeda: O principal objetivo sempre será transmitir a mensagem da importância da prevenção do câncer. Eu tenho o desejo de palestrar um dia, mas por enquanto vou dar continuidade ao trabalho já executado. E buscar apoio para captarmos dinheiro, pois dinheiro tem que se transformar em mais dinheiro para mais ações. Também buscarei o apoio de empresas para realizarmos o sonho da nova sede.

AN – Qual será sua primeira ação como presidente?

Yeda: Irei conversar com as voluntárias e as funcionárias para saber se estão gostando do trabalho que realizamos. Depois quero conversar com as nossas assistidas, assim terei noção por onde começar.

O que a rede oferece?

– Yoga;

– Terapia coma psicóloga;

– Fisioterapia;

– Acupuntura;

– Reunião mensal das pacientes;

– Artesanato;

– Perucas;

– Sutiã;

– Dança circular (novidade de 2015);

– Psicóloga social (trabalho com as famílias);

– Assessoria jurídica.