Se há relação conturbada hoje na Câmara de Vereadores de Joinville, ela existe entre o presidente João Carlos Gonçalves (PMDB) e o vereador Maycon César (PR). O último cenário do cabo de guerra entre os parlamentares se deu nesta semana, quando a diretoria de comunicação da Câmara enviou uma carta aberta acusando Maycon de ter “descumprido o regimento interno” e “agido como se fosse o ?dono? da Comissão de Participação Popular”.
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O comunicado foi escrito depois que integrantes da base governista se queixaram novamente com o presidente da casa sobre o comportamento de Maycon. A ideia inicial era fazer uma reclamação formal à Comissão de Ética, mas, no fim, decidiram enviar um comunicado criticando a postura do vereador.
Incomodado com as críticas,Maycon se defende falando que apenas realiza seu papel de vereador, sem infringir nada no regimento interno.
– Faço oposição responsável. Não faço nada fora do que permite o regimento interno. Não tenho problemas pessoais com o João Carlos, mas não sou menino para ser repreendido. O problema é que isso aqui virou um cartório de homologações em que ninguém pode falar contra o prefeito – alega o parlamentar.
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Enquanto isso, João Carlos diz que mantém boas relações com todos os vereadores e que seu papel é de apaziguar as discussões no Legislativo. Mesmo assim, critica Maycon por manter um cargo comissionado dentro da estrutura da Câmara, em acordo feito no fim do ano passado para eleger João Carlos presidente da Câmara.
– O Maycon César é meu amigo e trato todos os vereadores da mesma forma. Mas se ele quer ser oposicionista, ele não precisaria ter um cargo comissionado na estrutura da Câmara – diz João Carlos, que nega que vá mandar o caso para análise da Comissão de Ética do Legislativo.
Este não foi o primeiro embate entre os parlamentares. No começo do ano, ele pediu que todos os projetos tivessem que obrigatoriamente passar pela Comissão de Participação Popular, fato que irritou João Carlos e outros vereadores. Em abril, Maycon e João Carlos batem boca durante sessão do plenário. A discussão girava em torno de procedimento técnico sobre o direito à palavra livre. Dias depois da discussão, Maycon fez dois discursos afirmando coisas que João Carlos não teria falado. O presidente ameaçou levá-lo ao Conselho de Ética. Com isso, Maycon pediu desculpas.
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