Uma nova paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo de Blumenau impacta, principalmente, na Região Sul da cidade. Isso porque as linhas alimentadoras que saem ou que voltam para o Terminal da Fonte não estão circulando.

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De acordo com as primeiras informações, os ônibus que passam pela Araranguá, Vorstadt, República Argentina, Pastor Oswaldo Hesse, Pedro Krauss, Zendron, Itapuí e Bom Retiro. Esses veículos não estão deixando as plataformas.

Em nota, a prefeitura de Blumenau informou que alguns troncais como 10, 11, 12, 15, 17, 30, 31, 32 também foram impactados na primeira hora da mobilização, porém voltaram a circular normalmente a partir das 7h.

A reportagem tentou contato com o sindicato dos motoristas e cobradores (Sindetranscol), porém não obteve retorno.

Corredores de ônibus liberados

Logo na manhã desta terça-feira (3), após o início da mobilização dos trabalhadores do transporte coletivo, a prefeitura de Blumenau anunciou a liberação dos corredores de ônibus para ajudar na fluidez do trânsito.

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A exceção, por questões de segurança, é no corredor de ônibus da Rua 2 de Setembro, que opera no contra-fluxo. Esse é o único que não está liberado.

90% das linhas têm de operar

Apesar da paralisação parcial, o Sindetranscol tem a obrigação de manter 90% dos trabalhadores em atividade. Em caso de descumprimento, a categoria terá de pagar multa diária de R$ 100 mil. Conforme as primeiras informações, o sindicato respeita essa determinação durante a paralisação desta terça.

Entenda o porquê da paralisação

A paralisação desta terça é mais um capítulo do impasse envolvendo os trabalhadores e a Blumob, que já dura três meses. Até agora não houve acordo entre as partes sobre a campanha salarial.

A negociação chegou a ser feita com mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). No fim de novembro, motoristas e cobradores aprovaram em assembleia os termos apresentados no TRT pelo desembargador Roberto Luiz Guglielmetto.

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O acordo previa reajuste de 2,55% no salário e no vale-alimentação, índice que corresponde à inflação dos últimos 12 meses segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — esse percentual inclusive já foi repassado às folhas de pagamento dos profissionais.

Dessa forma, a categoria abriu mão de pedir os 5% de aumento real que eram reivindicados antes de a negociação avançar para o tribunal. Em contrapartida, aceitou a proposta que previa a manutenção das cláusulas sociais da atual convenção coletiva de motoristas e cobradores e a implantação de um Plano de Participação nos Resultados (PPR), um benefício novo na realidade local, mas que já existe em sistemas como o de Florianópolis.

As conversas no tribunal, no entanto, não avançaram. O Sindetranscol alega que a empresa recusou a proposta. Segundo o sindicato, os pontos que têm gerado mais dificuldade seriam o aumento real ou a criação do PPR, o aumento real no vale-alimentação, a mudança na nomenclatura da classe de cobrador para agente de bordo e a alteração da data-base de novembro para setembro.