Se aprovada como está no Conselho da Cidade e, posteriormente, na Câmara de Vereadores, a nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT) deve alterar consideravelmente o horizonte de Joinville.
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Uma das novidades que pode causar maior impacto é a possibilidade de se construírem prédios de até 30 andares na região central, aproveitando a infraestrutura e seu baixo índice de ocupação. Atualmente, é possível construir prédios com, no máximo, 18 andares em Joinville – e isto apenas no Centro.
Apesar de liberar a verticalização, a LOT prevê que a construtora que quiser construir um prédio de 30 andares pague uma taxa ao governo municipal.
Pela proposta, estão liberados da taxa construções de até 60 metros de altura – ou 20 andares – nestas regiões. Acima disso, as empresas precisam recorrer à chamada Outorga Onerosa, mecanismo que ainda precisa ser regulamentado no município – e apresentar um estudo de impacto de vizinhança para liberar a obra.
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Verticalização restrita
Mesmo com a possibilidade de aumentar a altura dos prédios da região central, o Ippuj, órgão responsável pelo planejamento urbano de Joinville, justifica que em outras regiões o número de andares permitidos irá diminuir em comparação com a atual lei de zoneamento.
O órgão alega que, conforme as atuais normas de ocupação, se houvesse prédios em todos os lotes da cidade, nove milhões de pessoas poderiam morar em Joinville. Com a nova LOT, fazendo a mesma comparação, 4,5 milhões de pessoas em Joinville poderiam morar aqui.
Outro ponto previsto pela nova lei, é a mudança nos aspectos físicos de edifícios. Até agora, a lei define a quantidade de pavimentos, ditando a quantidade de andares e a metragem do prédio.
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Na nova lei, cada região terá um coeficiente próprio que permitirá a construção de prédios mais estreitos, desde que atendam a uma metragem menor.
Os críticos da verticalização apontam como problemas o fato de que prédios muito altos aumentarão problemas de mobilidade, com muitos carros nos prédios, além de aumentar o potencial de sombras sobre as ruas.
Mais segurança e menos sombra
Moradora do bairro Bucarein, região preferida pela Prefeitura para receber edifícios mais altos, a vendedora Yasmin Angélica diz estar dividida em relação à instalação de empreendimentos de grande porte próximo da casa onde mora há pouco mais de um ano.
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Ela crítica a proposta por acreditar que o terreno da região não aguentaria uma construção de um prédio de tantos andares, ainda mais por considerar que poderiam existir rachaduras nos imóveis próximos, e reclama da sombra que o prédio acabaria fazendo em seu entorno.
– Seria muito ruim isso. Pegaria uma grande sombra, ganharia muitos vizinhos, que poderiam observar o que estamos fazendo em casa. Isso é ruim – diz.
Mesmo assim, Yasmin argumenta que a possibilidade de novos empreendimentos ajudaria no fato de algumas ruas do Bucarein terem muitas casas desocupadas. Isso, segundo ela, poderia aumentar a sensação de segurança dos moradores da região.
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– Mais gente moraria por perto, a gente teria mais movimento. Isso deixaria o lugar mais seguro, principalmente para quem anda pelo bairro à noite – argumenta a vendedora.