A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira a terceira fase da Operação Carne Fraca, iniciada em 2017 para apurar irregularidades no setor frigorífico. Em Chapecó são quatro mandados de busca e apreensão, dois mandados de condução coercitiva e um mandado de prisão temporária. Já em Treze Tílias, os agentes devem cumprir um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária. Segundo a TV Globo, a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, é um dos alvos desta fase da Carne Fraca.
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Até o momento, a Polícia Federal não divulgou a lista com os alvos dos mandados de prisão. No entanto, o site O Antagonista publicou os nomes, entre os quais estão o ex-CEO da empresa, Pedro Faria, sócio da Tarpon – uma das maiores acionistas da companhia -, que ficou à frente da BRF até 31 de dezembro, e o ex-vice-presidenteHélio Rubens Mendes dos Santos Junior, que renunciou na última semana em meio à crise econômica e insitucional que a empresa atravessa.
Pela investigação da PF, cinco laboratórios credenciados no Ministério da Agricultura fraudavam os resultados de exames e amostras do processo industrial de uma empresa do ramo. Eles repassavam laudos e dados fictícios ao Serviço de Inspeção Federal, impedindo que o órgão governamental conseguisse fiscalizar a qualidade do processo industrial.
O processo fraudulento seria de conhecimento dos técnicos, responsáveis pelo processo de qualidade e até executivos da empresa. Ainda segundo a Polícia Federal, o grupo empresarial também teria realizado manobras extrajudiciais para acobertar a prática dos atos ilícitos ao longo das investigações.
Além de Santa Catarina, a operação cumpre mandados no Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás. Ao todo, são 91 ordens judiciais, expedidas em Ponta Grossa (PR), sendo 11 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva e 53 de busca e apreensão.
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Entre os crimes que os investigados deverão responder estão falsidade documental, estelionato qualificado e formação de quadrilha ou bando, além de crimes contra a saúde pública.
Procurada pelo DC, a BRF ainda não se posicionou a respeito do assunto.
Carne Fraca
A BRF já havia sido investigada na primeira fase da operação Carne Fraca, deflagrada em 17 de março de 2017. Na época, a Polícia Federal prendeu executivos da empresa e de outra gigante do setor, a JBS, além de diversos fiscais agropecuários federais.
Em Santa Catarina, foram cumpridos mandados judiciais no frigorífico Rainha da Paz, em Itajaí, e no Peccin Agroindustrial, em Jaraguá do Sul. Apesar disso, amas as empresas têm sede no Paraná, de forma que nenhuma planta industrial catarinense foi alvo das operações.
Apesar disso, as consequências do esquema tiveram efeito em Santa Catarina. Países como China, Chile e Egito chegaram a interromper temporariamente a compra da carne brasileira, mas retomaram algum tempo depois.
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