Após 54 anos de atividades às margens do rio Cachoeira, em Joinville, a maior fabricante de fixadores da América Latina vai transferir os setores de produção e de apoio para Araquari. A empresa já havia obtido a licença para instalação da nova fábrica no Distrito Industrial joinivlense, mas desistiu do local, e é obrigada, por decisão judicial, a sair do Centro da cidade.

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O investimento será de R$ 100 milhões. Segundo o prefeito de Araquari, João Pedro Woitexem, a agilidade da cidade em questões burocráticas contribuiu para atrair a empresa.

– A Ciser tem um projeto audacioso e conduzimos as coisas de forma ágil. O laudo de viabilidade foi dado em 48 horas -, diz.

Vinícius M Allage, diretor da Ciser, também ressaltou a necessidade de agilizar a transferência e a rapidez dos órgãos públicos em Araquari para concessão dos licenciamentos que antecederam as obras de terraplenagem, além de incentivos fiscais. O terreno está pronto para receber as fundações. Nos próximos dias, a empresa definirá o nome da empreiteira responsável pela construção. O cronograma de transferência ainda está em elaboração.

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Com a saída do Centro de Joinville, a Ciser poderá implantar o terceiro turno, aumentando a capacidade produtiva em 50%. Com isto, abrirá novos postos de trabalho, ainda sem número definido. Para os atuais trabalhadores, a previsão é de que a mudança seja positiva. Pesquisa interna identificou que mais de 50% deles moram na zona Sul de Joinville, muitos no bairro Paranaguamirim, a poucos quilômetros do novo terreno, que ocupa uma área de 280 mil m² na Estrada do Rio do Morro. A transferência atinge 800 dos 1,2 mil funcionários.

Projetada para o crescimento

A nova fábrica foi projetada para dar sustentação aos planos de crescimento. No longo prazo, a empresa quer dobrar a capacidade produtiva de 6 mil toneladas/mês.

A mudança será gradual, sem interromper as atividades, e vai abranger os setores de produção, centro de distribuição, manutenção, ferramentaria e áreas de apoio. A administração continuará em Joinville. Por enquanto, na sede atual, mas Allage não descarta a possibilidade de estudar outro local. O diretor da Ciser disse que não levará tudo para Araquari porque, estrategicamente, é positiva a permanência do setor administrativo em Joinville.

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– Fiquei surpreso, esperava que o novo local fosse dentro de Joinville, onde o grupo possui vários terrenos -, disse, na quinta-feira, o secretário de Integração e Desenvolvimento Econômico, Jalmei Duarte.

O secretário da Fazenda, Nelson Corona, solicitou um estudo para saber quanto a maior cidade do Estado vai perder em arrecadação com a transferência.

Máquinas atoladas

A Ciser bateu o martelo pelo terreno de Araquari há um mês. De acordo com Vinícius Allage, diretor da empresa, a companhia desistiu do terreno na rua Dona Francisca, no Distrito Industrial de Joinville, após colocar as máquinas em funcionamento. A empreiteira, vinda de São Paulo, chegou a atolar por causa da fragilidade do terreno, segundo ele.

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– Em nossa produção, trabalhamos com prensas de 60 toneladas, tecnicamente achamos que não era viável -, afirmou o diretor.

A empresa não informou que destino dará ao terreno da rua Dona Francisca, apenas descartou a hipótese de construir um condomínio industrial porque suas dimensões são muito pequenas para um empreendimento deste porte.

O terreno de Araquari, de propriedade do grupo, vinha sendo preparado há um ano para receber duas outras fábricas da Ciser, uma indústria galvanizadora e outra de fixadores para o setor de óleo e gás. Ambas foram para o condomínio empresarial Perini Business Park, em Joinville, há cerca de dois meses.

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Allage não descarta a possibilidade de levá-las no futuro para Araquari também, uma vez que paga aluguel dos galpões no condomínio. Hoje, porém, considera o Perini mais viável pela agilidade que quer dar a estes negócios.