As primeiras faíscas da operação de corte das barras de olhal da Ponte Hercílio Luz ganharam as atenções de quem trabalhava e assistia a mobilização na parte continental da estrutura às 22h53min da noite desta segunda-feira, em Florianópolis. Barras de olhal é como são chamadas as peças que mantêm a ponte sustentada por cabos. Nesta etapa foi programado o corte de oito barras, um trabalho previsto para se estender durante toda a madrugada desta terça.
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Na quarta, uma operação semelhante será colocada novamente em prática, mas desta vez na cabeceira que fica no lado da Ilha. Apesar de ser considerada uma fase menos complexa do que as etapas anteriores, quando a base da ponte foi transferida para uma estrutura auxiliar, os trabalhos iniciados na noite desta segunda têm significado particular porque representam a última grande operação de desmontagem da Hercílio Luz.
— O corte em si é mais simbólico, a ponte já está 100% apoiada na estrutura auxiliar. Fechou-se o que chamamos de transferência de carga — anunciou o engenheiro Jurn Maertens, responsável técnico pela restauração da ponte.
O engenheiro fiscal da obra, Wenceslau Diotallévy, destaca que a remoção das barras de olhal praticamente conclui os trabalhos de engenharia mais impactados pelo histórico da ponte.
— Todas as forças que mantêm a ponte se encerram nessas barras. Vamos cortar a relação com as forças do passado e vamos começar a tratar do futuro. Tudo o que fizemos até então, hoje está dando resultado — reforça.
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Além dos operários diretamente envolvidos no manuseio do maçarico de corte, engenheiros, fiscais e profissionais de comunicação mantêm os olhos voltados para a ponte. Entre os espectadores esteve o governador Raimundo Colombo (PSD). Ele destacou que o cronograma das obras está dentro do calendário planejado, com conclusão para o segundo semestre do ano que vem, mas também observou que o ritmo dos trabalhos ainda depende de algumas constatações.
Na fase atual, a retirada de pinos que ligam as barras de olhal são um ponto de interrogação: não há certeza se eles poderão ser removidos apenas sob pressão ou se também será preciso um preparo de corte para cada um.
— Esse momento é desafiador. Não sabemos se vai poder tirar o pino sob pressão ou se vai precisar fazer o corte, o que levaria muito mais tempo. Mas tudo vai depender do que a gente vai encontrar — ponderou Colombo.
Segundo engenheiros envolvidos nas obras, a retirada pelo método de pressão poderia adiantar os trabalhos em semanas. Porém, só haverá certeza ao fim da operação de remoção das barras.
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