O empresário do setor de construção civil, o vice-presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, acumula também a presidência da Associação Empresarial de Joinville (Acij). Em entrevista por telefone ao Diário Catarinense, ele fala sobre a proposta da Fiesc de mudar a cobrança de tarifa do pedágio na BR-101 – de praça fixa para cobrança por quilômetro rodado – e explica como deverá funcionar o novo sistema do projeto.
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Diário Catarinense – Qual a diferença entre a cobrança por praça fixa e por quilômetro rodado?
Mario Cezar de Aguiar – Na cobrança por praça fixa, só se paga nos postos determinados. O carro tem um leitor e quando passa pela cancela ele acusa a passagem e isso vem para o motorista numa fatura. Na cobrança por quilômetro rodado, a partir do momento que você entra na rodovia você paga o pedágio. Tem um leitor dentro do carro e existem sensores na estrada que medem quantos quilômetros você rodou. Você paga por quilômetro rodados. Existe uma possibilidade de que os primeiros 10 ou 20 quilômetros não sejam cobrados. Mas tudo isso tem de ser estudado. Temos que verificar de que maneira poderia ser executado.
DC – Qual a vantagem deste tipo de cobrança?
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Aguiar – Ela é melhor porque é mais justa. Quem usa a rodovia paga. Por exemplo, hoje, quem sai de Navegantes e anda pela BR-101 até próximo a Brusque e Balneário Camboriú, impacta fortemente a rodovia e não contribui com um centavo no pedágio. Esta é uma maneira mais justa e moderna de se fazer a cobrança. É uma tendência no mundo. A informação que temos da concessionária é de que menos de 20% dos usuários pagam pedágio. Se 100% pagar, a tarifa vai ficar mais barata.
DC – Por que a rodovia BR-101?
Aguiar – A mesma coisa poderia ser proposta para a BR-116, que é outra rodovia pedagiada. A BR-101 é uma rodovia de traçado antigo e qualidade da execução que não satisfaz a necessidade de todo o tráfego que passa ali. Então nós temos que achar mecanismos para melhorar o desempenho dela. Uma das propostas é a mudança de pedágio. Outra proposição é fazer com que o trânsito nas horas de pico seja distribuído durante 24 horas por dia através do pedágio variado. Quem andar, por exemplo, das 8h às 22h, paga um valor maior. Quem andar das 22h às 8h paga um valor menor. Aí você incentiva as pessoas a usarem a rodovia nos horários que não são de pico.