Simpática, bela e que adora sexo. É assim que Lola Benvenutti se descreve em seu blog, onde compartilha suas experiências sexuais com seus clientes e comenta o que faz com eles. Ela chama cada um dos clientes por um apelido especial e também usa o espaço para comentar sobre críticas que recebe.
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Recém-formada, Lola Benvenutti assume que é garota de programa, adora o que faz e deixa bem claro que não se importa com o que falam sobre sua escolha. Ela diz que prefere focar naqueles que a adoram e fazem bem. Por isso, sugere que os fofoqueiros de plantão não percam tempo tentando importunar.
Lola é Gabriela Natália da Silva, tem 21 anos e é acaba de colar grau em Letras pela Universidade de São Carlos (UFSCar), em São Paulo.
A realidade de Gabriela é bastante diferente da vida da maioria das garotas de programa que são universitárias e optam por se prostituir para manter as despesas da faculdade. Gabriela afirma, em entrevista ao G1, que é garota de programa porque gosta e nunca precisou fazer programas para pagar os estudos. Ela diz que é inteligente, optou por fazer faculdade e não vê problema nenhum nisso.
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A garota é natural de Pirassununga, em São Paulo, e se mudou para São Carlo (SP) para fazer faculdade. Por medo de ter algum tipo de retaliação, resolveu manter sua identidade de garota de programa com descrição até concluir o curso e só colocou o blog no ar depois da graduação.
O blog tem cerca de duas mil visualizações por dia. Nele, Lola conta a sua rotina como prostituta. Além de citar as histórias e servir como contato entre seus clientes, que chegam a cinco por dia, o blog também serve para discutir sobre o prazer no sexo. Lola conta que várias mulheres falam que adorariam fazer o que ela faz, mas não têm coragem.
Gabriela não compara a sua história com a de Bruna Surfistinha, pseudônimo de Raquel Pacheco, ex-prostituta que ficou famosa na internet e teve sua história publicada em livro e roteirizada em um filme. Ela afirma que Bruna Surfistinha teve uma vida diferentes e outras oportunidades.
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Apesar da escolha em ser garota de programa, Gabriela pretende seguir carreira acadêmica ou dar aulas após a conclusão do curso de Letras. Porém, ela afirma que vai ter que derrubar barreiras, pois acha difícil uma escola permitir que ela trabalhe sabendo o que ela faz.
Gabriela pretende se mudar para São Paulo ainda este ano, vai continuar trabalhando como garota de programa e fará um mestrado na Universidade de São Paulo (USP), onde pretende pesquisar na área de prostituição ou fetiche.