Com 3,7 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Rio Grande do Sul pulou do décimo para o segundo lugar, junto com São Paulo, no ranking nacional do Ensino Médio público, de acordo com informações divulgadas na tarde desta sexta-feira pelo Ministério da Educação. Na última avaliação, em 2011, o RS tinha 3,4 pontos.
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Entre os Estados que cresceram, Goiás subiu de 3,6 para 3,8 pontos e ficou no topo da tabela. Na terceira posição vêm, empatados, Santa Catarina (queda de 4 para 3,6), Rio de Janeiro (aumento de 3,2 para 3,6), Pernambuco (crescimento de 3,1 para 3,6) e Minas Gerais (caiu de 3,7 para 3,6).
Ideb “põe em xeque” gestão de Estados e municípios
Conheça as escolas campeãs nos índices do Ideb de 2011
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Em 2012, ZH mostrou que escolas do RS estavam estacionadas
O Brasil não conseguiu atingir as metas do Ideb nos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. O país só conseguiu superar a expectativa feita pelo governo federal nos anos iniciais do Ensino Fundamental, que vão do 1° ao 5° ano. A meta projetada era de 4,9, sendo que o país registrou 5,2, acima do 5 obtido em 2011.
Já nos anos finais, do 6° ao 9° do Ensino Fundamental, o país saltou de 4,1 para 4,2, porém, ficou abaixo da meta de 4,4. No Ensino Médio, manteve-se a nota de 3,7, abaixo da média projetada pelo governo federal, que era de 3,9.
O Ideb é é divulgado de dois em dois anos, sendo calculado com base no desempenho de alunos em testes de Português e Matemática e nas taxas de aprovação nos ensinos Fundamental e Médio.
Polêmica em ano eleitoral
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Aumento no número de recursos das escolas, trabalho extra para técnicos do governo federal e temores eleitorais contribuíram para a demora na divulgação dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Com o baixo desempenho do país nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, o núcleo da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff definiu durante a semana a estratégia para rebater as críticas dos adversários.
A coletiva do ministro da Educação, Henrique Paim, concedida na tarde desta sexta-feira, indicou o tom das respostas. Paim tratou de enaltecer a performance nacional nos anos iniciais, no qual a meta foi batida, e colocar o mau desempenho na conta da herança tucana. O ministro ainda destacou que foi a partir da década passada, no governo Lula, que o país passou a fornecer maior apoio ao Ensino Médio. Também ressaltou a necessidade de valorizar professores e reformular o currículo escolar, deixando-o mais próximo do ensino técnico, uma das bandeiras da campanha de Dilma. O resultado aquém também respingou na gestão.
– O desempenho esbarra em barreiras estruturais. A primeira é a complexidade da gestão nos anos finais e no Ensino Médio. Há uma quantidade maior de professores, as escolas são maiores e isso precisa de uma maior sofisticação na gestão – disse.
Oficialmente, Paim negou qualquer influência das eleições na liberação dos dados. Em 2012, o governo federal apresentou os resultados na primeira quinzena de agosto. A demora chamou atenção de secretários municipais e estaduais, que aguardavam a liberação na semana passada. Paim justificou a demora pelo número de recursos apresentados pelas escolas em relação às notas – os questionamentos passaram de 300. Os recursos foram analisados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e, depois de informados aos solicitantes, os valores do índice foram atualizados e finalizados para divulgação.
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– Temos de ter muito cuidado com a divulgação das informações, porque elas colocam governadores, prefeitos e gestores a explicar os seus resultados. Tivemos uma grande cautela, porque houve um aumento de 30% na quantidade de recursos – disse o ministro, que revisou os dados na véspera da divulgação.
A demora também é creditada a uma carga extra de trabalho no Inep. Além do Ideb, o corpo técnico do instituto analisa nos últimos meses os dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), aplicada pela primeira vez em 2013.
Nas últimas semanas, já circulava na Esplanada a expectativa de notas abaixo do planejado no Ensino Médio, o que provocou temores na campanha de Dilma, em especial pela ascensão de Marina Silva (PSB) nas pesquisas de intenção de votos. Com o crescimento da ambientalista, estabilizado conforme os últimos levantamentos, o receio petista em relação ao resultado do Ideb diminuiu. Nas próximas semanas, Dilma e a militância vão insistir nas dificuldades de superar uma herança de descaso com a educação.