“ Nelson Pereira dos Santos e Orlando Senna vaticinaram: nas próximas décadas, as maiores atividades econômicas estarão relacionadas à indústria cultural e de telecomunicações. Das 10 maiores indústrias inglesas, cinco são culturais. A maior receita dos Estados Unidos é a da indústria bélica e, em seguida, vem a indústria audiovisual, que ocupa 80% do mercado de cinema no mundo. Quem não desenvolver a sua produção audiovisual estará fadado a importar mídias, produtos, comportamento, moda etc., que incidirão diretamente na vida das pessoas em qualquer país.
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É isso que está em disputa neste jogo bilionário de poder, de domínio, de controle da tela. Quem domina essa produção tem o potencial de controlar corações e mentes. Falamos de tela como uma teia, uma rede, formada por cinema, tevê, vídeo, DVD, computador, telefone etc. Tudo está interligado.
O Brasil avançou muito na última década, com destaque para o trabalho realizado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Em 2004, 80% de tudo que era veiculado em nossas salas eram produções dos Estados Unidos. Hoje, esse índice caiu para 36%. Há 10 anos, tínhamos uma sala de cinema para cada 110 mil pessoas. Hoje, esse índice é de uma sala para cada 72 mil brasileiros. Temos salas de cinema em 8,5% dos municípios, que abarcam 58% da nossa população.
Por isso, o governo brasileiro tem incentivado as produções nacionais e regionais. Nesse sentido, por meio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, promovemos todos os anos a Mostra de Cinema e Direitos Humanos que, nesta edição, leva 41 filmes produzidos no Brasil e em países sul-americanos para mais de mil salas em todo o país. O tema deste ano são os 50 anos da ditadura militar.
Projetos como a Mostra de Cinema e Direitos Humanos, além de cumprirem o papel de preservação de nossa memória histórica, são fundamentais para que os brasileiros se identifiquem com aquilo que assistem, pois seus filmes são produções vinculadas aos valores da nossa população. O nosso cinema é também a nossa vida. “
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