Apesar de ainda estarem com o 13º e grande parte do salário de janeiro atrasados, os funcionários da empresa Nossa Senhora da Glória receberam uma boa notícia no fim da tarde desta quarta-feira. A exemplo da Rodovel e da Verde Vale, que na terça anunciaram as demissões dos seus respectivos trabalhadores, a Glória cedeu à pressão da classe e decidiu liberar motoristas, cobradores e demais profissionais das atuais funções a partir desta sexta-feira. A informação foi confirmada à reportagem pelo advogado da empresa, Antônio Carlos Marchiori.
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Com isso, o que até então colocava em risco o pleno funcionamento da Viação Piracicabana _ empresa que vai operar emergencialmente o transporte em Blumenau partir da próxima semana _ deixa de ser um empecilho, já que os cerca de 1,3 mil trabalhadores que formavam o antigo Consórcio Siga estarão livres para operar no novo sistema de transporte coletivo.
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Mesmo com a sinalização positiva da Nossa Senhora da Glória sobre as demissões, o sindicato da categoria, o Sindetranscol, optou por manter a ação coletiva contra a empresa. A medida,votada em duas assembleias nesta quarta-feira à tarde, busca garantir na Justiça a liberação dos trabalhadores. Segundo o assessor jurídico do sindicato, Léo Bittencourt, a ação só será revogada caso a Glória os procure nesta quinta-feira e apresente um documento garantindo as rescisões.
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– Pode ser que isso seja só para nos desmobilizar. Eles viram que íamos conseguir as liberações de qualquer jeito e por isso anunciaram que iam colaborar, mas nós seguimos com o processo. A ação coletiva permanece – garantiu.
Além do processo conjunto, o Sindetranscol também decidiu, nesta quarta-feira, manter as ações individuais de cada um dos trabalhadores. A medida, que independentemente dos desdobramentos com a Glória será mantida, busca garantir o pagamento de direitos trabalhistas dos funcionários, como o 13º, férias e salários atrasados, além do fundo de garantia, que não é pago pela empresa desde 2012.
Consórcio mantém ação contra o decreto
O advogado Antônio Carlos Marchiori, que também representa o Siga, garante que o consórcio e as empresas que o formam decidiram manter a decisão de entrar com uma ação na Justiça comum para anular o decreto do prefeito Napoleão Bernardes, que no último sábado pôs fim ao contrato de concessão pública do transporte coletivo. As companhias também querem ser indenizadas pela decisão do poder público.