Você sabia que o nome da Catedral Metropolitana de Florianópolis é uma homenagem a Nossa Senhora do Desterro (ou dos Desterrados), que protege os viajantes e estrangeiros que deixaram sua terra natal? E que lá dentro há duas imagens que levam os nomes de Nossa Senhora da Cabeça e de São Joaquim de Botas? Essas e outras curiosidades sobre o espaço religioso mais conhecido da Capital estão em um novo audioguia lançado gratuitamente para smartphones.
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A iniciativa é da arquiteta manezinha Maria Gabriela Cherem Luft, de 39 anos, que idealizou e executou o projeto com a ajuda de voluntários, entre eles Tiago Vicente Santana, da Secretaria de Comunicação da Catedral Metropolitana. Depois de morar quatro anos na Itália, onde fez seu mestrado acadêmico e trabalhou com didática museal, Gabriela se inspirou nos museus europeus para trazer os audioguias à Florianópolis.
— Sabia-se pouco da história da Catedral, menos ainda das imagens e dos objetos que estão lá dentro, porque muitos deles vieram de fora do país. Fizemos uma grande pesquisa e contamos a história de 15 itens dentro da igreja e mais três do lado de fora — comenta Gabriela.
O audioguia inédito apresenta textos, áudio em português, inglês, francês e espanhol, fotografias e mapas sugerindo um itinerário de visita. Ao todo, o audioguia tem duração de 43 minutos. O aplicativo sugere um roteiro de visita e contemplação dos 18 pontos, mas também é possível escolher apenas alguns deles para conhecer os detalhes. Para facilitar ainda mais, o audioguia foi traduzido para espanhol, inglês e francês e também apresenta textos.
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Um dos destaques do aplicativo é a história dos sete sinos da catedral, que, em 1922, formavam o maior carrilhão da América Latina. Até então, só haviam dois sinos na catedral. Quando os outros cinco chegaram da Alemanha, ganharam nomes: São Joaquim (2.055 kg), Santa Catarina (1.457 kg), Nossa Senhora do Desterro (931 kg), São José (527 kg) e São Miguel (368 kg). Ao todo, estes cinco sinos pesam 5.838 kg.
As outras histórias do audioguia vão desde a fachada, passando pelas imagens de santos, até os vitrais e o altar-mor. Entre elas, uma das que mais chamou a atenção de Gabriela durante a pesquisa foi a da escultura de Nossa Senhora da Cabeça. A imagem foi assim chamada por trazer na mão esquerda da santa uma cabeça de um ser humano. Ao lado, está São Joaquim de Botas, que tem esse nome pois tem as vestes ao estilo fazendeiro.
— A de ideia de contar essas histórias da Catedral (e de outros centros culturais de Florianópolis) é mostrar como a preservação é importante para ações futuras. Um povo sem memória não tem como crescer de verdade. Por isso, o acesso à história e à cultura é fundamental — destaca a arquiteta.
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Palácio Cruz e Sousa
O audioguia da Catedral Metropolitana foi lançado em julho, mas antes disso Gabriela já havia dado o pontapé inaugural com um audioguia sobre as 10 principais obras expostas no Museu Histórico de Santa Catarina, no Palácio Cruz e Sousa, também no Centro de Florianópolis.
Entre as 10 principais atrações estão as pinturas “Vista do Desterro” (1866), do viajante alemão Joseph Bruggemann e “O extermínio da família Dias Velho” (1927), de Darkir Parreiras, além da imponente mesa de jantar e da primeira lâmpada residencial da Capital catarinense.
Como usar o audioguia
Para ter acesso ao audioguia da Catedral ou do Museu Histórico de Santa Catarina, no Palácio Cruz e Sousa, é preciso baixar o aplicativo izi.TRAVEL. Nos aparelhos Android, é possível baixar na Google Play Store, e nos aparelhos iOS está disponível na Apple Store.
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Depois de instalado, o aplicativo irá abrir uma tela onde o usuário pode escolher entre o Museu Histórico de Santa Catarina e a Catedral Metropolitana. No aplicativo também há um protótipo de um audioguia sobre Laguna, no litoral sul do Estado, mas ele ainda está em desenvolvimento.