O Jornal A Notícia encerra nesta edição a série “Desafios da Região”, que entrevistou nesta semana em parceria com o Jornal do Almoço, da NSC TV, os prefeitos das cinco principais cidades do Norte catarinense. Último mandatário a ser entrevistado, Renato Gama Lobo (PSD), prefeito de São Francisco, afirma que dentre as prioridades do município para os próximos dois anos estão a continuidade da luta pela duplicação da BR-280, incentivo à verticalização urbana e obras de saneamento básico. Também participaram das entrevistas os prefeitos Udo Döhler (MDB), de Joinville, Antídio Lunelli (MDB), de Jaraguá do Sul, Magno Bollmann (PP), de São Bento do Sul, e Clenilton Carlos Pereira (PSDB), de Araquari.

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Qual é a sua principal prioridade para São Francisco do Sul nesses dois anos que restam do atual mandato?

Para esse ano de 2019 nós temos basicamente três ações importantes para tomar no município: a primeira todo mundo sabe e é o grande obstáculo de crescimento no município, a nossa grande barreira é a BR-280. A gente sabe que não é uma ação do Governo Municipal, mas sim do Governo Federal, mas a ação política por conta do Município ela deve continuar, a gente deve insistir para que essa obra seja de fato o motivo para quem em 2019 a gente possa ter acessibilidade decente para o munícipe e para o visitante. O segundo ponto que estamos trabalhando muito é o saneamento básico, nós precisamos para uma cidade que quer viver também do turismo, nós precisamos nesse primeiro semestre o concessionário, que é a Águas de São Francisco, possa fazer os procedimentos necessários para que a gente possa fazer a partir desse ano esse investimento ocorrendo na nossa cidade. E o terceiro é o nosso Plano Diretor do município, é muito arcaico a gente precisa verticalizar o município no crescimento. A indústria da construção civil ela agrega muita mão de obra e a gente precisa dar uma nova dinâmica ao município. Quando a gente verticaliza não espalha, agride menos o meio ambiente e racionaliza os recursos de infraestrutura.

Ao longo do ano passado a prefeitura fez vários estudos, fez audiência pública para tentar iniciar a cobrança da taxa de proteção ambiental já para a atual temporada, porque ela não foi adiante, o município desistiu da TPA?

Não, na verdade isso atinge toda a região. Tem muitas pessoas que moram em Joinville, moram em Araquari, moram em São Bento do Sul, e visitam a nossa rica cidade. Quero dizer ao munícipe que nós não desistimos da TPA, nós entendemos que a população tem que abraçar essa causa, não basta o desejo único de um prefeito ou de um secretário, o desejo tem que ser da população francisquense e entender que abraçando essa causa nós poderemos dar ao francisquense e ao visitante melhor infraestrutura e aquele que hoje usa São Francisco do Sul como o seu ponto de descontração, como sua segunda casa, então nós queremos de fato que a população abrace essa causa.

O senhor acredita então que para o ano que vem possa ser viabilizada a cobrança da taxa, o que falta para que isso aconteça na prática?

Não falta nada, todos os estudos técnicos nós concluímos, apresentamos inclusive no ano passado em uma universidade de Paris, nosso estudo foi reconhecido pela Sorbonne, premiando nossos técnicos e time que trabalhou nesse projeto. Fico orgulhoso porque essa é uma universidade renomada internacionalmente e ela reconheceu nosso trabalho, portanto nesse instante nós queremos levar à Câmara de Vereadores (a proposta) de forma madura e ter o apoio popular. Não basta só o desejo do prefeito, mas sim o desejo da população.

Prefeito, durante a campanha eleitoral e mesmo já na condição de eleito o senhor manifestou que a infraestrutura da cidade estava aquém das necessidades do município. Para os próximos dois anos há alguma obra mais estruturante prevista?

Sim, nos dois primeiros anos nós buscamos equalizar as contas do município e agora nesses próximos dois anos vamos buscar de fato buscando fazer obras estruturantes na cidade. No último semestre do ano passado nós começamos já o nosso projeto ‘Mãos à obra’ e iniciamos algumas obras no município, na Praia Grande, uma comunidade muito importante e numa localidade que precisa do apoio do poder público, que é o Majorca, pavimentando algumas ruas. Estamos também re-pavimentando e reurbanizando o Rocio Pequeno, obras importantes e que nós estamos buscando para este ano (recursos) através do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), uma ajuda do Governo Federal, e do Ministério do turismo, e dar à população e ao visitante obras nos nossos balneários.

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São Francisco últimos dez anos criou entre dois mil e três mil postos de trabalho na cidade, um número pequeno para a cidade, como reverter isso?

É de fato, esse número do Caged é um pouco contestável, são 245 e 250 empregos em 2018 e nós até por conta do grande obstáculo do crescimento do município que é a acessibilidade, a BR-280, o empreendedor encontra uma barreira para investir. Porque isso acaba deixando a cidade no final da linha da BR-280 e atrapalha bastante, todavia temos que mudar essa tendência, creio que esse ano mesmo teremos informações novas para o município, mais empregos e mais empresas se instalando até por conta dessa credibilidade e euforia que o Brasil está vivenciando, e em São Francisco não será diferente.

Qual a maior demanda de São Francisco do Sul com relação ao novo governo do Estado?

Faço aqui uma crítica construtiva até pela experiência que vivi no governo anterior, mesmo sendo o partido que fez a administração do Estado até 31 de dezembro, quero dizer que São Francisco não foi agraciado pelo governo Colombo, do meu partido, nós não recebemos apoio. São Francisco do Sul não recebeu um real, nada, é triste até para o próprio francisquense. E agora esperamos que no Governo Moisés a gente possa ter uma porta aberta no governo. O que nós queremos é só o certo para a nossa cidade, o que queremos fazer pelo município é o que deve ser justo para a população e o que fazemos hoje nada mais é do que respeitar cada centavo que o cidadão produz na cidade.

Mas na primeira oportunidade de conversa com o governador de Santa Catarina qual será a principal pauta para São Chico?

Temos o acesso à praia pela SC-315, esquecido pelo governo do estado, o acesso é ruim, e a gente quer rapidamente recuperar o pavimento desta rodovia. Ela é muito importante para quem visita a cidade e visita os balneários.

O orçamento para 2019 deu um salto com relação ao ano passado, que expectativa a Prefeitura de São Francisco tem com relação a receita que está vindo?

Nós estamos confiantes quanto ao ICMS neste ano até por conta da euforia de crescimento econômico no país e estamos justamente acreditando que nesse crescimento teremos novas empresas, hoje, se fixando no município já nos próximos dias. Acreditamos também que os investimentos que estamos fazendo com as contas equacionadas e com a credibilidade que adquirimos junto das instituições financeiras, temos a possibilidade de captar recursos no BNDES e trazer esse dinheiro para poder investir nessas obras estruturantes que queremos criar e dar para os balneários e também no Centro Histórico, garantindo melhor condição de vida para quem visita e também quem vive na cidade.

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Vem mais reforma administrativa no seu governo?

Espero fielmente que não. acreditamos que o time que lá está possa permanecer e que a gente possa não ter a figura do prefeito guardado no histórico da prefeitura, mas a figura de um time que possa de fato dar melhores dias de vida à população.

Confira as entrevistas com os outros prefeitos da região:

Joinville

Jaraguá do Sul

São Bento do Sul

Araquari