Flávia Godinho Mafra recebeu uma última homenagem neste fim de semana, em Canelinha, quando ocorreu a missa de sétimo dia. Na noite de sábado (5), a mais de 200 pessoas se reuniram na igreja matriz para a cerimônia em sua memória e, em seguida, realizaram uma carreata pela cidade como forma de pedir por justiça. Da mesma forma que no poema de Janaira Reis, escritora local que produziu o texto lido durante a cerimônia, a cidade “parou” para a homenagem à jovem grávida que perdeu a vida em um crime brutal

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Foi na voz de Gesiane Leal, amiga de infância de Flávia, que o poema foi lido duante a missa de sétimo dia. “Você foi um grande exemplo, tão amiga, tão profissional, tão filha, tão mãe, tão ser humano. Foi e será para toda região. Nossa cidade parou. Estamos em choque”, dizia o texto. Gesiane agora será a madrinha da filha de Flávia.

A família chegou a ficar temerosa em realizar a missa de sétimo dia, já que poderia atrair muitos moradores além dos amigos e familiares, e não seria possível manter o distanciamento social necessário para a prevenção contra o novo coronavírus. Por isso, chamaram Josi Firmino, uma das melhores amigas de Flávia, para organizar a cerimônia e a carreata depois da missa.

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— Planjeram a instalação de um telão no lado de fora da igreja, para que as pessoas não precisassem entrar e não tivesse aglomeração, mas choveu e não foi possível usar. A igreja tem capacidade máxima de 500 pessoas, mas metade entrou por causa da prevenção — explicou Josi. 

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Depois da cerimônia, os carros passaram pelas ruas principais de Canelinha, cidade de 12 mil habitantes na região da Grande Florianópolis. Foi uma forma que os moradores encontraram de se manifestar a respeito do que aconteceu.

— Eu não consigo assistir nada a respeito, porque dó muito e eu não quero ficar com sentimento de raiva, não quer isso dentro de mim. Eu e ela éramos grudadas, sinto muita falta — explica Josi.

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