Discretos, quietos, em um espaço de coworking no Centro de Blumenau, representantes do aplicativo Uber se reuniram semana passada com motoristas interessados em operar o sistema na cidade. Tudo ainda é muito embrionário, superficial e, embora ninguém queira se manifestar publicamente sobre o assunto, condutores relataram que foram procurados pela empresa para as reuniões que ocorreram nos últimos dias 3 e 4.
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::: Em reuniões, representantes do Uber debatem início da operação em Blumenau
Com algumas pitadas de polêmica, principalmente pelas confusões em outras cidades envolvendo taxistas – que reclamam de concorrência desleal -, a plataforma promete abrir os debates em Blumenau. A começar pelo presidente da Coopertaxi, Cláudio Klock, que é enfático quando fala sobre a chance de chegada do Uber.
– Se não é regulamentado, é contra a lei, então nós vamos para cima do poder público – garante.
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O presidente da Câmara de Vereadores blumenauense, Marcos da Rosa (DEM), diz que o Legislativo precisa ficar atento para não estar alheio à discussão e muito menos rejeitar a ideia do aplicativo por puro preconceito. Por ser um assunto delicado, o parlamentar diz que a realização de uma audiência pública pode ser uma saída.
– A população tem que dizer se quer ou não. Não são os taxistas que vão impedir, mas é claro que eles merecem ser ouvidos. Uma audiência é importante por ser uma oportunidade de ouvirmos os dois lados – diz.
O especialista em mídias digitais Moisés Cardoso deixa claro que é preciso pensar o Uber como uma tendência mercadológica que a tecnologia oferece, e não como um problema.
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Embora seja algo especulativo, ele acredita na possibilidade de diminuição de carros nas ruas com a suposição de que um bom serviço, com preços sedutores, tende a atrair mais o usuário.
– Qualquer elemento novo que tenha caráter de concorrência faz com que aqueles que estão na metodologia tradicional fiquem preocupados. Mas eu penso sempre na questão de facilidade para o usuário e até mesmo como uma possibilidade dos taxistas reinventarem o seu serviço – afirma.
Motoristas de Uber não trabalham com dinheiro – o pagamento é todo feito via aplicativo por um cartão de crédito previamente cadastrado. Para Cardoso esse fator traz segurança para passageiros e ao mesmo tempo um exemplo do que deve ser tendência no serviço:
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– É uma oportunidade que os taxistas têm para se reorganizar e usar seu marketing pessoal para conquistar clientes.
Em nota, a prefeitura de Blumenau afirma que “até o momento não houve contato com a administração municipal por parte de qualquer empresa de transporte privado urbano que tenha intenção de se estabelecer na cidade” e esclarece que o serviço de transporte individual de passageiros é prestado somente por meio de permissão para os táxis, conforme a legislação.