Dados do Observatório da Acate deste ano mostram que nos últimos 30 anos o número de empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em Santa Catarina passou de 129 na segunda metade da década de 1980 para os atuais 12,3 mil – metade delas criadas nos últimos seis anos.

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A movimentação econômica atual gerada pelo segmento também impressiona, na base de R$ 15,5 bilhões em faturamento e receita média de R$ 1,255 milhão, por empresa. O campo da tecnologia catarinense reúne ainda 16 mil empreendedores e aproximadamente 47 mil colaboradores.

A maior participação do bolo está na Grande Florianópolis, hoje o mais relevante pólo estadual com 3,9 mil companhias e que tem na capital a líder nacional no número médio de trabalhadores na área para cada 100 mil habitantes (mil/hab), de 2,5 mil pessoas na cidade. A segunda e terceira maiores forças de TIC são capitaneadas por Blumenau – pioneira no Estado – e Joinville, respectivamente, com 3,3 mil e 2,5 mil empreendimentos ativos.

Juntas as três regiões detém quatro de cada cinco empresas tecnológicas do Estado e a cada R$ 10 de faturamento, R$ 8,32 são gerados em um desses centros. O panorama anual revela ainda um mercado bilionário em tecnologia na Região Oeste (faturamento de R$ 1,2 bilhão) e sinais de expansão no Sul e na Serra catarinense, conhecidas especialmente por suas vocações baseadas na indústria cerâmica e madeireira.

Santa Catarina

O sexto Estado mais rico do País (PIB de R$ 249 bilhões) é reconhecido por sua economia diversificada, guiada pelos setores produtivos da agropecuária (6%), da indústria (28,7%) e dos serviços (65,3%) – este, que recortado o valor bruto, traz a tecnologia como destaque na riqueza estadual: o setor representa 5,6% do poder econômico catarinense e movimenta R$ 15,5 bilhões. Uma curva ascendente clara, que entre 2015 e 2017, elevou 3,42% o número de empresas de tecnologia, impulsionado principalmente pela Serra e o Oeste, que tiveram aumento de 10,44% e 4,75% na quantidade de empresas, respectivamente. Realidade que faz de Santa Catarina o terceiro maior do Brasil em densidade de colaboradores e o quarto em faturamento médio das empresas.

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Grande Florianópolis

Em uma Região onde por décadas a vocação turística brilhou sozinha, hoje é no ramo tecnológico que a capital catarinense e entorno vem ganhando destaque no País. Dona do maior polo tecnológico de Santa Catarina, a Grande Florianópolis conta com quase quatro mil empresas, faturamento total de R$ 6,4 bilhões e 16,5 mil empregados no setor. Número que eleva a capital à liderança nacional no ranking de densidade de colaboradores: a cada um mil habitantes, 25 estão no mercado de TIC.

Vale do Itajaí

Blumenau é considerada o berço do ecossistema de inovação catarinense e leva a Região a ser a segunda maior força estadual. Seu polo tecnológico surgiu para atender principalmente demandas da indústria têxtil, seu maior referencial, e já está na quinta posição brasileira no faturamento médio das empresas do setor: R$ 1,68 milhão. Também é terceiro em densidade de colaboradores e quinto em densidade de empreendedores. A nível estadual, o Vale é vice-líder no total de empresas (3,3 mil) e no número de colaboradores (10,3 mil).

Norte

Puxado por Joinville, maior polo industrial do Estado e que nos últimos cinco anos registrou crescimento de 2.000% no setor tecnológico, o Norte catarinense apresenta faturamento na casa dos R$ 3 bilhões com o mercado de TIC. O território se destaca ainda por deter a maior participação feminina do Estado na área tecnológica, o que corresponde a 43,5% da força de trabalho local em tecnologia. Outro destaque é a proporção de empreendedores com nível superior – 67,7%, a maior de Santa Catarina.

Serra

Sem deixar as tendências que evidenciam a Região, indústria da madeira e agropecuária, uma inclinação mais tecnológica está mudando a realidade econômica serrana. Lages foi a primeira cidade a ter um dos 13 centros públicos de inovação do governo estadual para fomento ao setor e deu origem ao Órion Parque Tecnológico, revertendo as conquistas em quase meio bilhão de reais gerados por pouco mais de 330 empresas. O faturamento médio dos associados à Acate no polo é de R$ 22,77 milhões, 18 vezes maior que o padrão de ganho do setor de TIC no Estado, de R$ 1,255 milhões.

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Oeste

O motor principal de Chapecó e redondezas indiscutivelmente continua sendo o agronegócio, no entanto, com o despertar para a tecnologia o polo regional já é considerado o quarto centro tecnológico mais robusto de Santa Catarina. O Oeste possui 1,2 mil empresas, que faturam R$ 1,2 bilhão e empregam 4,6 mil pessoas. A Região também contabiliza 1,6 mil empreendedores em tecnologia, que têm em média 37 anos, a parcela mais jovem entre todas as mesorregiões. A cidade conta ainda com atuação ativa da Associação Polo Tecnológico do Oeste de SC (Deatec).

Sul

Vivendo pleno movimento de expansão, as cerca de 950 empresas de tecnologia do Sul catarinense se aproximam do faturamento bilionário. O movimento financeiro atual passa de R$ 850 milhões. Principal pólo cerâmico estadual, a Região também já ultrapassa a marca de mil empreendedores e três mil empregados no ramo da tecnologia. Tubarão e Criciúma estão entre as cidades que abrigam centros na área, alguns com participação direta de universidades locais, como o Iparque, Parque Científico e Tecnológico (Unesc) e o Uniparque (Unisul).