Na entrevista de mais de uma hora com a presidente Dilma Rousseff, ficou claro que o investimento em infraestrutura é mais do que uma obsessão. Tanto, que ao final da conversa, já com as câmeras desligadas, ela confirmou a viagem a Santa Catarina até o final do mês para o lançamento de um pacote de obras. E fez questão de revelar um desejo especial: ela quer ver a ponte de Laguna.
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– E teve gente dizendo que não ia sair, não é? – disse, desafiando os céticos.
A ordem de serviço para a construção da ponte foi assinada em 2012 e as obras estão dentro do prazo. Uma cerimônia marcou o início dos trabalhos, com direito a discurso presidencial. Viabilizar um empreendimento deste porte é uma conquista e tanto para a presidente que, no último sábado, cobrou celeridade dos ministros. A justificativa de Dilma para a dificuldade em realizar obras no país faz sentido: foram muitos anos sem investimentos pesados no setor.
– Estamos correndo atrás da máquina – reconheceu.
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Não podemos esquecer, no entanto, que o PT já está há uma década no comando do país e que alguns entraves, em especial os burocráticos, poderiam ter sido sanados. Eliminar barreiras insanas continua sendo o principal desafio da presidente. Dilma tem queixas pessoais com relação ao posto de presidente da República: a perda da privacidade, da liberdade de andar pelas ruas ou ir ao cinema e até a distância do neto Gabriel, que mora em Porto Alegre. Mas fala de seus projetos como missões a cumprir. Ações de governo que também servirão como bandeira à reeleição. Se continuar no bom ritmo que está, a ponte de Laguna pode ser um exemplo de que é possível cumprir prazos, por isso virou o xodó da presidente.