O Norte de Santa Catarina tem 21 dos 43 casos confirmados da variante Delta do coronavírus no Estado. Segundo os dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), atualizados na última quinta-feira (19), são sete cidades da região com pessoas diagnosticadas com a mutação do vírus.

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Joinville e São Francisco do Sul tem sete casos, sendo as duas cidades com maior número de pessoas confirmadas com a variante em todo o Estado. Outros municípios da região com registros são Mafra e São Bento do Sul, com dois casos, e Araquari, Barra Velha e Itapoá com um caso.

Em boletim divulgado na quinta-feira, a Dive confirmou a transmissão comunitária da variante em Santa Catarina. Isso acontece quando não é possível identificar a origem da infecção, indicando que a Delta já circula no Estado e a transmissão ocorre independente das pessoas terem viajado ou feito contato com alguém que viajou recentemente para outro local com presença da variante.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica não detalhou quais cidades têm transmissão comunitária. No entanto, os dois primeiros casos autóctones foram confirmados em 6 de junho, em um paciente de Joinville e outro de Balneário Piçarras.

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São Francisco do Sul registrou primeiros casos em SC

Os primeiros casos da variante Delta confirmados em Santa Catarina foram em 20 de julho em São Francisco do Sul. Os pacientes eram seis tripulantes de um navio de carga que ficou ancorado próximo ao porto da cidade do Norte do Estado.

O navio, de bandeira do Chipre, chegou em 13 de julho vindo da Austrália. Dos 22 tripulantes, 14 positivaram para Covid-19, sendo seis internados em um hospital particular de Joinville por apresentarem sintomas moderados.

Segundo a prefeitura de Joinville, todos ficaram isolados, sem contato com outros pacientes durante a internação, além de todos os cuidados de precaução por parte dos profissionais da saúde. Após o tratamento, os pacientes puderem retornar ao navio, que também foi liberado e seguiu as atividades com uma nova tripulação. 

Estado demonstra preocupação com variante

Na semana passada, a Superintendência de Vigilância em Saúde de Santa Catarina publicou uma nota com recomendações por causa da presença da variante Delta no Estado. O documento abordou a possibilidade de mutação causar quadros mais graves da doença, além do risco de “possível aumento exponencial de casos de Covid-19” em todas as faixas etárias.

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– Embora não se tenham evidências de que a variante Delta tenha algum tipo de predileção por faixas etárias específicas, o fato dela ser uma variante altamente transmissível pode gerar um aumento de infecções, acometendo todas as faixas etárias – diz a nota.

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O superintendente Eduardo Macário ressaltou ainda que todos precisam compreender o risco que a transmissão comunitária traz para Santa Catarina. Segundo ele, em países em que a Delta se tornou dominante houve aumento no número de casos e, em algumas situações, foi necessário adotar novamente medidas de restrição.

Municípios querem antecipar vacinação contra Delta

O secretário de saúde de Joinville, Jean Rodrigues da Silva, afirmou em entrevista ao AN que defende junto ao governo do Estado a redução do intervalo entre as duas doses da vacina Pfizer. O motivo é acelerar a imunização completa da população em um momento de avanço da variante Delta em Santa Catarina.

– Minha defesa é para que antes de começar novos grupos com a D1 (primeira dose), a gente faça a antecipação do calendário para a segunda dose. No cenário atual, com a presença da variante Delta, só temos uma situação para trabalhar proativamente, que é a vacinação – defende Rodrigues.

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A sugestão de Rodrigues é que o intervalo entre as doses da Pfizer seja reduzido de três meses para 21 dias, como é autorizado pela bula do imunizante. A mudança somente poderá ser realizada pelos municípios com autorização do Estado. 

Na última terça-feira, em entrevista a CBN Diário, o secretário da Saúde de Florianópolis também falou sobre a necessidade de acelerar a vacinação com a segunda dose para combater a nova variante. 

– Nós estaríamos extremamente contentes se pudesse haver um aumento da chegada de vacinas, não só para abrir novas idades, mas principalmente com a variante dois (Delta), anteciparmos a possibilidade da D2 (segunda dose), trabalharmos com a imunização completa da população – afirmou.

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No próximo dia 24, haverá uma reunião entre as autoridades estaduais e os municípios para debater a possibilidade de antecipar o intervalo entre as doses da Pfizer, o que poderia acelerar a imunização completa da população em Santa Catarina.

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