Se a greve dos caminhoneiros terminasse hoje, levaria até uma semana para normalizar o fornecimento de combustíveis para a população. A projeção é do vice-presidente de Relações Institucionais e Comunicações do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis (Sindópolis), Joel Fernandes.

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– As distribuidoras têm seus caminhões para 30 mil litros. O que elas farão: carregarão para cada posto 5 mil litros. Um caminhão vai abastecer seis postos de gasolina.

Assim, a reposição dos estoques na maioria dos postos vai demorar de três a quatro dias. Em um primeiro momento, será somente a gasolina, pela maior necessidade.

– No máximo em uma semana, normaliza os estoques no Estado inteiro. As distribuidoras são muito ágeis em sua parte de logística.

O curioso é que, se estivesse à disposição hoje, a gasolina custaria menos do que há oito dias, quando a greve começou.

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– A Petrobras, de 1 a 22 de maio, subiu a gasolina em 28 centavos. Do dia 23 até amanhã, já reduziu em 13 centavos, por incrível que pareça. Esse produto tendo o preço reduzido, mas, infelizmente, nós não o temos – explica Fernandes. – Para a população não tem um litro de combustível no Estado de Santa Catarina.

O sindicato pretende negociar ou obter via judicial a liberação de alguma quantidade de gasolina e etanol para o consumidor, mas reclama da falta de apoio da polícia.

– Estaremos reunidos à tarde com o comando da Polícia Militar e a parte jurídica do Sindicato para ver a possibilidade de recebermos uma liminar e podermos retirar esses produtos dos polos de abastecimento. Isso já foi feito no Paraná. A dificuldade que estamos enfrentando é a boa vontade da polícia.

Fernandes não acredita que a procura represada provoque aumento de preço quando a gasolina e o etanol estiverem à disposição. Na semana passada, quando o combustível começou a faltar, alguns postos reajustaram os valores e foram autuados pelo Procon.

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– Infelizmente, em toda categoria você tem o bom profissional e o que não é tão bom quanto. Orientamos todos os associados a trabalharem com os preços normais. Se não há aumento no produto, você não deve aumentar. Temos certeza de que o Procon vai tomar as providências.

Porém, não há otimismo entre os comerciantes em relação ao término do movimento.

– É nítido que esse movimento deixou de ser reivindicatório de preço de combustível e passou a ser politico. As reivindicações, praticamente, foram todas atendidas. A gente percebe que mudou a característica da solicitação. Um lado muito perigoso, para nós, brasileiros.

Ouça a entrevista com Joel Fernandes: